Reservas de Catoca abaixo dos 14 anos úteis de produção

     Economia           
  • Lunda Sul     Domingo, 05 Junho De 2022    19h19  
Angola tem um enorme potencial mineiro (Foto ilustração)
Angola tem um enorme potencial mineiro (Foto ilustração)
João Wassamba

Saurimo – A Sociedade Mineira de Catoca (SMC) regista, neste momento, um tempo de vida útil de produção abaixo dos 14 anos para exploração e extracção de minerais, afirmou, na cidade de Saurimo, na província da Lunda Sul, o seu Presidente do Conselho de Gerência, Benedito Manuel.

 "A nossa mina actual tem uma reserva de dez a 14 anos de vida útil, no máximo, estando próximo de atingir a exaustão das reservas aos 600 metros de profundidade, daí a necessidade de se encontrar outra forma de mineirar, para Catoca não parar dentro deste período de tempo", adiantou.

Segundo o também director-geral de Catoca para perpetuar a vida da empresa, naturalmente aumentando as reservas, devem ser feitas "um conjunto de actividades", desde a prospecção de horizontes mais profundos abaixo dos 600 metros, operação suspensa devido à Covidd-19.

“Deixar de fazer este trabalho, está a nos trazer prejuízos, porque hoje já estaríamos em condições de dizer se abaixo dos 600 metros há condições de mineirar, e se a mina vai ser a céu aberto, subterrânea ou teremos de ir a outras concessões a procura de reservas”, expressou, o gestor angolano.

Para contrapor a situação, Catoca tem buscado experiências, interagindo com outros “players” do mundo, no sentido de procurar aí monitorar e ver se há elementos, sobretudo do ponto de vista tecnológico para que se possa aproveitar inovar a empresa, apesar de a indústria mineira não impor inovação permanente.

Benedito Manuel, que falava em conferência de imprensa, sábado, a propósito do estado da empresa mineira, frisou ainda ser necessário viajar para outros países, a fim de interagir com empresas similares para troca de experiência, para que possamos tirar proveito para benefício de Catoca.

Informou que neste momento alguns trabalhos de perfuração de horizontes profundos já foram feitos na Mina de Catoca, além de recolhidas informações sobre outras concessões, mas por decisão da deliberação da Assembleia Geral, as concessões foram devolvidas à Endiama.

"Actualmente, a empresa está concentrada na concessão Catoca. E ainda que não encontrarmos mineiros (Diamantes), vamos voltar a bater a porta à Endiama ou a Agência Nacional de Recursos Minerais, para prospectar em outras geografias", referiu o responsável.

Sociedade tem robustez para continuar 

De acordo com Benedito Manuel, apesar de passar por um período sombrio por conta da Covid-19, a SMC está saudável, estável e tem robustez suficiente para continuar a produzir, tendo obtido ganhos significativos, mesmo a funcionar com apenas 40 porcento da mão-de-obra.

Fez saber que os restantes 60 por cento que permanecera em casa, por força do Decreto Presidencial, receberam os seus ordenados na totalidade, e que ninguém perdeu o seu emprego. Aliás, disse, a empresa nesta fase admitiu ainda mais de 100 novos trabalhadores.

"Quem conhece de operações mineiras e, sobretudo em minas de diamantes, deve perceber que é um exercício extremamente complexo fazer operações sem ter os números recomendáveis, económicos e tecnológicos, para desencadear a produção", destacou o director-geral.

Afirmou que Catoca teve de encontrar soluções próprias, visto que as pessoas são prioridades para a empresa, que existe para criar riquezas, com reflexos exactamente na busca das pessoas, quer seja sócios, trabalhadores, comunidades ou ainda outros entes do Estado.

Por outro lado, Benedito Manuel disse que durante este período, a empresa cumpriu com todos os compromissos relacionados com o fisco, pagando 100% dos impostos (industrial, taxas, emolumentos e outros), e sem contrair dívidas com bancos e fornecedores.

Segundo o Presidente do Conselho de Gerência de Catoca, o que motiva a empresa a atingir estes níveis é o facto de assumir seriamente a componente de Responsabilidade Social, neste período de pandemia que assolou o Mundo e Angola, em comparação com os outros anos.

Explicou que, apesar de hoje ainda estar a produzir os níveis de pré-Covid-19, tudo foi calculado e planificado dentro da óptica da gestão de contingência da empresa, que em 2021 produziu 5.6 milhões de quilates e arrecadou acima de 200 milhões de dólares, como o maior resultado de lucro líquido.

Milhões de dólares em programas sociais na Lunda Sul

Na ocasião, o gestor esclareceu que, em 2021, a Sociedade Mineira de Catoca investiu um valor superior a sete milhões de dólares em vários projectos sociais para o bem das populações dos quatro municipios da província da Lunda Su.

"Este valor foi investido nos sectores da educação, saúde, energia, água, agricultura, assistência a vulneráveis, construção de residências, fomento ao empreendedorismo na juventude, entre outros projectos, desenvolvidos nos municipios de Cacolo, Dala, Muconda e Saurimo (capital provincial).

Sobre esta variante, em particular, Benedito Manuel disse que a empresa tem um acordo com o Governo local, onde estão inscritos várias acções em que a instituição é o principal financiador, razão pela qual garantiu que "estas preocupações vão ser resolvidas paulatinamente".

Acrescentou que Catoca sempre esteve atenta com as dificuldades sociais da província e outras tantas que afligem as famílias, mas vai continuar a trabalhar para a resolução dos mesmos, visto que os problemas apresentados requerem uma atenção especial.

Por outro lado, reiterou que em consequência do vazamento da polpa da Bacia de Regeitados, para o Rio Chicapa, resultando na turbidez da água e morte de algumas espécies marinhas, a SMC compensou os danos à comunidade circunvizinha com um campo agrícola.

Inicialmente foi oferecendo Cestas Básicas, durante três meses, à população que dependia da pesca naquele rio, o que culminou com a criação da referida lavra de mandioca, de 24 hectares, no bairro Samusseleca, em Saurimo, beneficiando 46 famílias, que aguardam pela colheita em Novembro ou Dezembro.

Para além da Lunda Sul, Catoca desenvolve acções de apoio às comunidades nas província da Lunda Norte, Moxico, Luanda, Namibe e Uíge, nas quais realiza também doações pontuais de produtos alimentares, materiais didáctico, desportivo, hospitalares, de construção e viaturas.

 





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