Sector não petrolífero é "o novo paradigma" de crescimento económico

     Economia           
  • Benguela     Quarta, 25 Maio De 2022    18h21  
Ministro de Estado para Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior
Ministro de Estado para Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior
Pedro Parente

Benguela – O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, considerou, esta quarta-feira, que a aposta no sector não petrolífero é o caminho que tem levado à retoma da trajectória de crescimento económico em Angola.

Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, depois de a crise económica e financeira de 2014 ter interrompido a dinâmica de crescimento económico, em 2016, Angola saiu da recessão no ano passado, com um crescimento de 0,7 por cento.

“Mesmo tendo havido nesse ano um crescimento negativo do sector petrolífero de 11, 6%, o crescimento global foi positivo em 2021”, disse Manuel Nunes Júnior, na abertura da 11ª Feira Internacional de Benguela, que decorre até 28 de Maio.

Na base do novo cenário, o ministro de Estado aponta “um crescimento mais forte de 6, 4 por cento do sector não petrolífero da economia, com destaque para a agricultura, pecuária, pescas, indústria extractiva e transformadora, comércio, construção e transportes.

Com isso, o governante acredita que o país está a iniciar um "novo paradigma de crescimento", assente na economia não petrolífera e impulsionado, sobretudo, pelo sector privado, acentuando a ideia de que este é o caminho a seguir doravante.

O responsável defende, no entanto, que é preciso continuar a desenvolver e a aprofundar esse paradigma, porque só assim se conseguirá, como fez crer, alterar definitivamente a estrutura económica de Angola, hoje ainda muito dependente dos recursos do petróleo.

Adiantou também que, para este ano, as projecções são positivas, estimando-se que a economia venha a ter um crescimento de 2, 7 por cento e mais uma vez com um desempenho liderado pelo sector não petrolífero.

Para isso, tem contribuído a implementação, entre outros, dos programas de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (Prodesi), de Privatizações (Propriv), de Aceleração da Agricultura e Pesca Familiar e de Reconversão da Economia Informal (Prei).

Com 224 expositores, directos e indirectos, a FIB 2022 representa uma grande montra dos diferentes sectores de actividade económica, desde agricultura, indústria, agro-indústria, pescas, transportes, construção civil, turismo, entre muitos outros.

Nesta edição estão também representantes da Câmara do Comércio e Indústria do Reino Unido e da Holanda, incluindo uma firma com produtos da Turquia, que pretendem apoiar as empresas nacionais na implementação de projectos do agronegócio, para alavancar este sector nas províncias de Benguela, Bié, Huambo e Huíla.

De periodicidade anual, o evento, uma organização conjunta do Governo de Benguela e do grupo Arena, destina-se a promover o potencial económico e industrial da região Sul de Angola, visando atrair investimentos nacionais e estrangeiros para o desenvolvimento e reunir os principais agentes económicos e sociais, proporcionando um ambiente propício para negócios.

Para além da exposição das marcas e produtos das empresas, a FIB oferece ainda um vasto programa de actividades, como o Talk Summit, no qual serão abordados temas como "Agronegócio, turismo, transição energética e o meio ambiente em Angola”, “Ensino, saúde pública e cultura”, “O Ecossistema da tecnologia em Angola” e “O impacto da revolução industrial em Angola”.

A edição de 2022 será também marcada com a realização de um debate com os operadores do sector da construção e conferências subordinados aos temas “Cenários da agricultura familiar e os desafios do sector agro-industrial”, “Auto-suficiência alimentar em Angola e a visão para a exportação”.

Cerca de dez mil visitantes são esperados durante os quatro dias de exposição.

A edição da 2020 da FIB não foi realizada devido ao forte impacto da pandemia da Covid-19.





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