Sistema Financeiro regista 350 tentativas de ataques cibernéticos/dia

     Economia           
  • Luanda     Quarta, 10 Maio De 2023    14h23  
Banco Nacional de Angola é a entidade reguladora das políticas monetárias do país (Foto ilustração)
Banco Nacional de Angola é a entidade reguladora das políticas monetárias do país (Foto ilustração)
Francisco Miúdo

Luanda – O sistema financeiro angolano regista, em média, 350 tentativas de ataques cibernéticos, revelou, esta quarta-feira, em Luanda, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano.

Os ataques representam um aumento de cerca de 200%, de 2020 até ao momento, segundo o governador que falava no 1.º Fórum sobre Cibersegurança, promovido pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS).

José de Lima Massano assegura que o BNA tem a responsabilidade de criar estabilidade do sistema financeiro, que conta com um percurso de digitalização de 20 anos “e hoje, quando falámos sistema financeiro, os temas relacionados com cibersegurança são centrais”.

Segundo o governador, este exercício foi sempre colocado com grandes desafios, quer de adaptação, por parte das instituições, com a segurança nas transacções que vão sendo cada vez mais tecnológicas.

“Vamos ainda tendo muitas transacções manuais, mas o grosso das transacções de pagamento que temos hoje no estrangeiro representam o que nós temos de pagamentos, essencialmente, digitais”, reforçou.

Acrescentou que neste processo o BNA tem de estar também preparado para proteger, no quadro das responsabilidades da gestão do sistema de pagamento, “mas também os operadores do mesmo modo, já que o banco orienta-se para um sistema financeiro estável e de confiança para todos os angolanos”.

Na visão do governador, o facto de existir um ritmo de ataque sobre o sistema “e manter-se resiliente como temos observado, significa que há um trabalho que está a ser efectuado com um grau de sucesso assinalável, por parte dos nossos operadores do sistema financeiro”.

Fez saber que o BNA tem um Centro Alternativo de Continuidade de Negócios, onde os bancos comerciais são obrigados a realizar a sua operação, com centros de continuidade, tendo registado alguns bancos, com ataques e com um certo nível de sucesso, “no sentido de que houve penetração, mas conseguimos assegurar que nesse processo não tivéssemos perda de valor financeiro para depositantes”.

O 1.º Fórum sobre Cibersegurança, promovido pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), que encerra na tarde desta quarta-feira, centrou-se numa mesa redonda sobre “A visão das entidades públicas sobre o impacto dos ataques cibernéticos na sua actividade”.

Abordou-se a importância da legislação angolana no combate ao CiberCrime, o impacto da prevenção e o centro de operações de segurança ao serviço da CiberSegurança do Governo, empresas públicas e privadas.HEM/AC





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