Sistema Interligado Norte estabiliza energia em Benguela

     Economia           
  • Benguela     Quinta, 02 Março De 2023    21h19  
José Cunha, director da ENDE em Benguela
José Cunha, director da ENDE em Benguela
José Honório-ANGOP

Benguela – Depois de anos consecutivos de restrições, o fornecimento de energia eléctrica na província de Benguela é estável, graças ao Sistema Interligado Norte que reduziu os custos operacionais das centrais térmicas, soube a ANGOP.

A ligação ao Sistema Interligado Norte, a partir da barragem de Cambambe, efectivou-se em Maio de 2019 e, hoje, Benguela conta já com um grau de atendimento de 96, 86 por cento, com uma potência máxima de 152, 78 megawatts.

Esta informação é do director de Exploração de Alta e Média Tensão da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) em Benguela, José Lopes, ao apresentar o tema sobre o fornecimento de energia na região aos participantes do VI Conselho de Direcção Alargado da ENDE.

Segundo José Lopes, feita a interligação com o sistema eléctrico norte, Benguela, com realce para o litoral, começou a verificar estabilidade no sistema e melhorou substancialmente a qualidade na distribuição de energia eléctrica.

O responsável acrescentou que esse facto também teve impacto na facturação da empresa e no aumento do número de clientes, porque começaram a acreditar mais no sistema eléctrico, agora estável.

“Havia, naquela altura, muitas empresas que preferiam manter em regime permanente os seus geradores do que a rede pública”, notou, lembrando que, de 2015 a 2017, a província era alimentada por centrais térmicas da Quileva, no Lobito, e do Cavaco, no município (Benguela).

Conforme o director, a instabilidade era tão grande que se verificavam constantes cortes no fornecimento de energia eléctrica, daí o recurso aos geradores eléctricos por parte dos consumidores como alternativa.

Também ressaltou a instalação, entre 2017 e 2018, de três máquinas na zona da Quileva, com dois megawatts cada, mas as restrições gerais no fornecimento de energia eléctrica continuavam.

Esse quadro viria a mudar desde 2019, quando se fez a interligação, precisamente no dia 20 de Maio de 2019, da província de Benguela com a região Norte, porquanto trouxe estabilidade e segurança na rede.

A título de exemplo, em 2015, a província de Benguela tinha apenas cinco subestações, mas, fruto dos investimentos na rede eléctrica, são já 11 infra-estruturas que fazem chegar a energia à casa dos consumidores e às instituições.

Relativamente aos demais municípios, como o Cubal, a Ganda ou Bocoio, o director destacou que o fornecimento era feito - e continua a sê-lo - por pequenos grupos geradores.

Assim, justificou a “enorme instabilidade” no fornecimento de electricidade que ainda há nestes municípios do interior, dada à grande dificuldade de operar essas máquinas 24/24 horas e à falta de acessórios para sua manutenção.

Mais projectos a caminho

Por sua vez, o director do Centro de Distribuição da ENDE em Benguela, José Cunha, revela a existência de pelo menos sete projectos para expandir a rede de baixa e média tensão face ao rápido crescimento populacional na província.

“Está-se a trabalhar para isso. Para este ano, Benguela vai conhecer novos projectos, uma vez que está a crescer de forma exponencial”, reforçou, situando entretanto a taxa de electrificação em 34 por cento para aproximadamente 142 mil clientes.

A expectativa é a de que a implementação destes projectos, para expansão da rede de distribuição, com o financiamento do Banco Mundial, venha a aumentar a taxa de electrificação da província para 38 por cento até 2025.

Dá conta de que, nos últimos anos, o número de consumidores cresceu tanto que a ENDE pensa em retomar um antigo projecto tendente à criação na província de dois centros de distribuição, para atender à demanda.

A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade tem 207 trabalhadores na província de Benguela. JH/CRB





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