Subida dos preços pode inviabilizar projectos do PIIM

     Economia           
  • Luanda     Segunda, 28 Dezembro De 2020    21h52  

Saurimo – A subida constante dos preços dos materiais de construção nos mercados informais de Saurimo, província da Lunda Sul, pode inviabilizar as obras de construção de infra-estruturas enquadradas no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

A informação foi avançada segunda-feira, à ANGOP, pelo presidente da Associação dos Empreiteiros da Lunda Sul, Alfredo Muacandala, afirmando que a situação está a preocupar os empreiteiros que estão a construir várias obras de impacto social nos municípios de Cacolo, Dala, Muconda e Saurimo.

Afirmou ser constrangedor, visto que um saco de cimento custa quatro mil e 500 kwanzas (contra os AKz três mil anteriores), a chapa de zinco está a ser vendida a 22 mil kwanzas (AKZ sete mil anteriores) e o  bloco de 12, que anteriormente custava 70 kwanzas, subiu para AKz 200, facto que está a contribuir para a morosidade das obras.

Por este facto, solicitou a intervenção da equipa de inspecção e do Governo, no sentido de trabalhar com outros segmentos da economia para reajustar os preços dos materiais de construção, evitando que as infra-estruturas sejam concluídas com materiais sem qualidade.

Alfredo Muancandala sublinhou que muitos empreiteiros estão a construir obras em localidades longínquas, cujas vias encontram-se degradadas, facto que tem dificultado a compra de material e a sua transportação, tornando oneroso o custo das empreitadas.

Por seu turno, o director do Gabinete Provincial de Infra-estrutura e Serviços Técnicos, Cláudio Pemessa, considerou legítima a reclamação da associação dos empreiteiros, tendo garantido que existe uma circular com orientações que visam o aumento de valores aos empreiteiros em função de cada obra.

Disse que o Governo está a trabalhar no sentido de encontrar soluções, de modo a ajudar os empreiteiros que têm enfrentado dificuldades na compra de material de construção.

Por outro lado, Cheikh Cheikhona (comerciante de material de construção civil) justificou a subida dos preços dos produtos, como ferros, chapas, sanitas e diversos materiais, por serem adquiridos em Luanda, estando o frete do camião, principalmente na época de chuva, a rondar cerca de um milhão e meio de kwanzas.

Jiiks Moda (empresário do sector) acredita que a reabilitação da EN 230 poderá contribuir na redução dos preços dos materiais, incluindo o frete dos camiões.

“Os preços variam de acordo com o frete para a transportação, aquisição dos materiais na capital do país e vários procedimentos burocráticos e administrativos, que nos levam a gastar muito dinheiro até atingir a província”, lamentou.

A província da Lunda Sul conta com mil e 486 estabelecimentos comerciais, dos quais  48 grossistas, 750 retalhistas, 156 de prestação de serviços e 532 de comércio precário.





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