Venda de activos da Sonangol rende USD 60 milhões  

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 03 Dezembro De 2020    14h35  
Presidente do Conselho de Administração da SONANGOL, Sebastião Pai Querido Gaspar Martins.
Presidente do Conselho de Administração da SONANGOL, Sebastião Pai Querido Gaspar Martins.
Francisco Miúdo

Luanda - A Sociedade   Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol)  vendeu 39 activos, em Angola e no estrangeiro, de um total de 56, rendendo cerca de  60 milhões de dólares  norte-americanos.

A venda dos activos surge na sequência do programa das privatizações.

Em entrevista à Reuters News, o CEO da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, avança que em 2021 a empresa vai acelerar as reformas em curso e envidar esforços para aumentar as receitas, depois da pandemia da Covid-19 ter "secado" o interesse dos investidores pela compra de activos da petrolífera.

Sebastião Gaspar Martins disse que à pandemia está a atrasar à venda de activos em Angola e no estrangeiro.

"Sim, tendo em conta a desaceleração económica mundial, os investidores estão mais conservadores. A dinâmica de negócio e a forma como as pessoas se relacionavam, no ambiente de negócios, também mudaram e houve necessidade de serem feitos ajustes que levam o seu tempo", disse.

Impulsionada pelos altos preços do petróleo na última década, a Sonangol acumulou activos em todo o mundo, desde hotéis, participações em bancos e até um convento português do século XVII.

"O novo posicionamento estratégico da Sonangol consiste em focar-se, principalmente, no core-business, assegurar o financiamento do programa de investimentos e tornar a empresa mais ágil, competitiva e rentável", disse Martins.

Sebastião Martins avançou que o resultado dos desinvestimentos será usado "para investir em actividades e activos rentáveis, máximo aqueles relacionados com o  “core”.

A Sonangol está em vias de vender um edifício que possui na principal Avenida de Lisboa”, acrescentou Martins, bem como um hotel e centro de convenções na capital angolana, Luanda, e pretende alienar participações nas empresas petrolíferas estatais da Costa do Marfim, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Martins Gaspar disse que a Sonangol pretende, definitivamente, manter a sua participação indirecta na empresa energética portuguesa GALP.LS.

Com uma participação de quase 20% no maior banco privado português, o Millennium bcp BCP.LS, a Sonangol está aberta a desinvestir ou a analisar a fusão com outros bancos.

A petrolífera é o segundo maior accionista do banco, depois da chinesa Fosun.

"No caso do Millennium BCP estamos a monitorar o seu desempenho. Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol", afirmou o CEO.





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