Venda em Bolsa do BAI rendem mais de 40 mil milhões de kwanzas

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 09 Junho De 2022    17h20  
Fachada do Banco Angolano de Investimento (BAI)
Fachada do Banco Angolano de Investimento (BAI)
Divulgação

Luanda - A privatização das acções do Banco Angolano de Investimento (BAI), detidas indirectamente pelo Estado, permitiu a arrecadação de mais de 40 mil milhões de kwanzas, anunciou hoje, em Luanda, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior.

Ao discursar na cerimónia de encerramento da admissão à negociação na BODIVA das acções representativas de 10% do capital social do BAI, sublinhou que houve mais de 2 800 ordens de subscrição, que permitiram abarcar 842 investidores, correspondendo a uma procura acima de 150% do montante total da oferta.

Manuel Nunes Júnior disse que, a partir desta data, as acções do BAI estarão disponíveis para negociação no mercado de Bolsa da Bodiva, reafirmando o papel do mercado de capitais angolano como um mecanismo transparente e eficiente para o financiamento das empresas e proporcionando um ambiente de negócios mais apelativo e inclusivo, junto da comunidade empresarial nacional e estrangeira.

“Conseguimos hoje demonstrar, mesmo aos mais cépticos, que a privatização em bolsa de participações sociais detidas pelo Estado cumpre, eficazmente, os objectivos pelos quais o Programa de Privatizações (PROPRIV) foi concebido, para contribuir para uma melhor redistribuição do rendimento nacional”, reforçou.

Acrescentou que esse acto vai possibilitar uma ampla participação na titularidade do capital social das empresas de referência, através da adequada dispersão do seu capital, dando particular atenção aos pequenos subscritores.

De acordo com o ministro de Estado, no decurso deste ano, o PROPRIV vai continuar a alienação em bolsa de participações sociais detidas pelo Estado em outras empresas de referência nacional, nomeadamente do Banco Caixa Geral de Angola, TV Cabo Angola, Sonangol e da Bodiva.

Apelou as empresas dinamizadoras da economia nacional a olharem para Bolsa de Valores como uma ferramenta e uma oportunidade para, de forma eficiente, conseguirem o financiamento de que precisam e assegurar e alimentar o mercado de capitais.  

Por outro lado, Manuel Nunes Júnior lembrou que em Agosto de 2019 foi aprovado Programa de Privatizações para o período de 2019-2022, com o propósito de redimensionar o sector empresarial público, fortalecer e dinamizar o sector privado, melhorar a qualidade e variedade dos bens e serviços produzidos no país e reduzir o nível de intervenção directa do Estado na economia.

Citou que dos 132 activos que se previam privatizar até 2022, já foram adjudicados 86, incluindo os activos da operação do BAI.

Detalhou que dos activos já adjudicados destacam-se empreendimentos agrícolas, fundamentalmente fazendas, activos imobiliários detidos pela Sonangol, unidades industriais instaladas na Zona Económica Especial de Luanda, cervejeiras, unidades têxteis e várias unidades do sector da agro-indústria.

Numa outra abordagem, Manuel Nunes Júnior recorda que em finais de 2017, quando o actual Executivo assumiu funções, a situação económica de Angola era caracterizada por profundos desequilíbrios internos e externos, designadamente um forte expansão fiscal de que resultaram sucessivos défices orçamentais e um sério enfraquecimento da posição externa do país, que provocou uma queda significativa das Reservas Internacionais.

“Para fazer face a estes desequilíbrios, em Janeiro de 2018 iniciamos a implementação de um Programa de Estabilização Macroecronómica. Angola, que apresentava défices orçamentais sucessivos de 2014 a 2017, passou a exibir saldos orçamentais superavitários de 2018 a 2021, exceptuando o ano de 2020, devido à pandemia causada pelo Covid-19”, finalizou.

Relembra que no período de 2014 a 2016, a diferença entre a taxa de câmbio oficial e a prevalecente no informal ou paralelo era enorme, atingindo o nível de 150% em finais de 2017, estando actualmente abaixo dos 10%, com uma tendência decrescente.

De acordo com o mesmo, no período de 2014 a 2017 a taxa de câmbio pouco variou, fazendo com que a mesma se mantivesse muito sobrevalorizada em relação às principais moedas internacionais, sendo que no final de 2021, o kwanza apreciou-se face ao dólar norte-americano, no mercado primário, em cerca de 18,4%.

No que respeita as contas externas, frisou que, durante o período de 2014 a 2017 a conta e o saldo global da balança de pagamentos foram sucessivamente negativos, as reservas internacionais líquidas caíram substancialmente.

No período de 2014 a 2017, as Reservas Internacionais Líquidas caíram em cerca de 14 mil milhões dólares, sendo que 2018 a 2021, as Reservas Internacionais Líquidas caíram em apenas 1,2 mil milhões.

No que diz respeito a Divida Pública, citou o governante, o seu stock passou de 128,7% do PIB, em 2020, para 84,8% em Setembro de 2021.

Referiu que, em termos reais, isto é, quando medida em dólares americanos e não na moeda nacional, a divida pública passou de 78,4 mil milhões em 2016 para 65,7 mil milhões em Setembro de 2021.

Assegurou que, depois de 5 anos consecutivos de recessão económica, o país entrou para uma trajectoria de crescimento em 2021, com um crescimento de 0,7%.

Manuel Nunes Júnior assinalou que em 2021 o crescimento do sector petrolífero foi negativa em 11,6%.





Notícias de Interesse

PAN envia condolências ao parlamento cabo-verdiano

Segunda, 13 Maio De 2024   21h10

Angola e Zimbabwe discutem reforço da cooperação

Segunda, 13 Maio De 2024   17h12

Ministro recebe delegação cubana

Segunda, 13 Maio De 2024   16h03

SADC realiza cimeira extraordinária 

Segunda, 13 Maio De 2024   10h44

+