Luanda - A empresa Zahara Comércio vai assumir a liquidação da dívida contraída junto de fornecedores da rede de 12 hiper e supermercados Kero, apesar de estar prevista um concurso público para a mudança de gestão.
Esta rede de hiper e supermercados, gerida pela referida empresa, e presente em Luanda e nalgumas províncias do país, tem dívidas com fornecedores internos, externos e a banca.
Com os fornecedores internos, a Zahara Comércio contraiu uma dívida na ordem dos 6,9 milhões de kwanzas, de acordo com o Instituído de Gestão e Participação dos Activos do Estado (IGAPE), que prepara o lançamento do concurso público internacional para se encontrar um novo gestor, com capacidade financeira para assumir os referidos estabelecimentos comerciais.
O lançamento do concurso está previsto para o dia 15 deste mês e até finais de Setembro será anunciado o vencedor, a adjudicação e celebração do contrato de exploração.
Três multinacionais já manifestaram o interesse, nomeadamente a sul africana Shoprite, a francesa Carrefour e o grupo angolano Score Distribuição (Deskontao).
Detido por 90% de capital social do Estado e 10% da Zahara Comércio, as dívidas serão liquidadas pela referida empresa, mesmo que seja depois da cessão de exploração.
O represente do IGAPE, Domingos Francisco, que apresentou por videoconferência, nesta quarta-feira, os activos da empresa, em sessão de auscultação para o lançamento público, avançou que decorre negociações com os bancos comerciais no sentido de serem adquiridos financiamentos para o pagamento das dívidas dos fornecedores nacionais, avaliada em 6,9 mil milhões de kwanzas.
As mesmas negociações serão abrangentes para financiamento e liquidação das dividas dos credores externos, segundo o responsável, que não quantificou o valor da dívida.
Para além da dívida , com fornecedores nacionais e estrangeiros, a Zahara Comércio tem ainda dívida com à banca, contraída para a expansão do negócio dos hiper e supermercados.
A dívida, cujo valor também não foi revelado, está em fase de estruturação avançada e com perspectivas positivas, sem perdão, mas sim uma moratória de seis a oito meses, para que permita a empresa ter um fôlego na sua tesouraria, para que, após o término de cessão, o grupo esteja em condições de amortizar.
Os 12 empreendimentos , com seis mil metros quadrados de área de venda por loja, estão localizados, na sua maioria, em Luanda, com 8, e os restantes nas provinciais de Benguela, Huambo e Huíla (Lubango).
No conjunto, as lojas tiveram uma facturação na ordem de 41 mil milhões de kwanzas em 2020 e um total de 6,4 milhões de bilhetes nos seus parques de estacionamento.
A rede possui mil e 700 trabalhadores, postos que serão mantidos pelo futuro gestor, de acordo com garantias do IGAPE.
