Plataformas logísticas impulsionarão diversificação económica

     Economia           
  • Zaire     Quarta, 17 Novembro De 2021    18h20  
Ministro dos Transportes, Ricardo D`Abreu
Ministro dos Transportes, Ricardo D`Abreu
António Escrivão

Mbanza Kongo – O ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D`Abreu, afirmou, esta quarta-feira, no Soyo, província do Zaire, que "a rede das Plataformas Logísticas do país pode proporcionar um importante contributo para o programa de diversificação da economia nacional.

De acordo com o governante, este contributo pode ser por via da optimização de uma rede logística integrada pelos sectores marítimo, terrestre, ferroviário e aéreo.

Precisou que, as plataformas logísticas facilitam o armazenamento, conservação e escoamento da produção das zonas produtivas, rurais, pesqueiras e pólos agro-industriais, servindo como base de serviços para os sectores da agricultura, mineração, indústria, Pescas, Hidrocarbonetos, entre outros.

Revelou que Angola ocupa, actualmente, a posição 162 entre 163 países no índice logístico do Banco Mundial (BM), instituição que estimou, em 2017, os custos de transporte e logística do país na ordem dos 16,7 por cento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Para Ricardo D`Abreu, este valor é duas vezes maior ao das economias mais avançadas do mundo.

Com o lançamento desse concurso para estas duas concessões estratégicas, de um conjunto de seis previstas até 2022 no país, disse, procurou-se dinamizar o grande potencial económico desta região de Angola e responder  ao aumento crescente da demanda de bens e serviços por parte dos cidadãos e das empresas.

O governante estimou em 21 novos centros logísticos intermodais com serviços alfandegários e administrativos afins integrados e administrativos, com que Angola deverá contar até 2038, com características diferentes que se complementam entre si.

Precisou que estas infra-estruturas logísticas poderão ser de âmbito nacional, regional, transfronteiriço, urbano, portuário ou aeroportuário, com o objectivo de servir de ponte e aproximar os centros de produção aos mercados consumidores, trazendo consigo soluções tecnológicas inovadoras e integradas.

“Estas soluções irão concorrer para a desmaterialização e desburocratização de processos e procedimentos administrativos, a montante, e dinamizar os custos a jusante, através da Janela Única Logística (JUL), beneficiando os operadores e os consumidores finais”, reforçou.

Calculou em USD 445,5 milhões o investimento a ser feito para a implementação do plano da rede de plataformas logística no país, numa modalidade de parceria público-privada entre o governo angolano e o sector privado.

Referindo-se às futuras Plataformas Logísticas do Soyo e Luvo, avançou que a primeira deverá movimentar, no porto local, uma carga estimada de 664 mil toneladas, em 2038, quantidade muito acima das actuais 323 mil toneladas.

 A do Luvo, de acordo com o ministro, movimenta, nos dias que correm, mais de 150 mil toneladas de mercadoria diversa para exportação pelo posto fronteiriço com o mesmo nome, e pouco mais de cinco mil toneladas de importações.

“Conseguimos mais ou menos perceber a vocação e o potencial exportador da nossa economia, no seu papel de facilitação do comércio transfronteiriço com os nossos vizinhos”, asseverou.

A Plataforma Logística do Soyo ocupará uma área de 15 hectares e estará equipada com seis entrepostos, parque de contentores, estacionamento de viaturas pesadas e diferentes armazéns, oficinas de reparação, posto de abastecimento de combustível e edifícios administrativos e comerciais.

Contará, ainda, com um porto seco de 25 hectares.

A infra-estrutura do Luvo (Mbanza Kongo), a ser construída numa área de 18 hectares, a cerca de 11 quilómetros da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), terá como vocação a exportação de produtos agrícolas, minerais, florestais e pesqueiros.

Terá uma capacidade de armazenamento de combustíveis e outros produtos refinados e funcionará como ponto estratégico para a facilitação do comércio transfronteiriço, devendo contar com seis entrepostos, parque de contentores e estacionamento de viaturas pesadas, estruturas administrativas e de apoio ao comércio.

O ministro vincou que estas infra-estruturas serão reguladas, supervisionadas e fiscalizadas pela Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística (ARCCLA), de modo a garantir a sua eficiência e competitividade, gerindo e assegurando a aplicação dos contratos de concessão inerentes às suas atribuições.

“Esta rede vai também ser um elemento determinante para solidificar a posição geoestratégica de Angola como hub (concentrador) de referência para a entrada e saída de bens na África austral e central”, disse.

O prazo de submissão de candidaturas é até ao dia 06 de Janeiro de 2022, segundo ficou claro na cerimónia testemunhada pelo  governador provincial do Zaire, Pedro Makita Armando Júlia.
 

 





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