Lubango – As unidades orgânicas da Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN) precisam ser mais independentes, do ponto de vista administrativo-financeiro, para que os seus projectos de investigação e de ensino não encontrem barreiras burocráticas, defendeu o candidato a reitor, pela lista B, José Luís Alexandre.
O professor catedrático disse que a dependência financeira dessas unidades, à reitoria, cria barreiras na implementação de projectos científicos, muito deles engavetados há anos, porque os financiamentos externos captados passam pela reitoria, quando deviam ser canalizados directamente às unidades orgânicas.
Em entrevista hoje, sexta-feira, à ANGOP, no Lubango, o biólogo fez saber que, caso seja eleito, vai dar prioridade ao incentivo da mobilização de financiamentos externos para projectos das faculdades, de forma que sejam menos dependentes do orçamento do Estado.
“Precisamos desburocratizar a UMN, tornando as unidades orgânicas mais independentes, sendo, elas, as protagonistas de todas as mudanças e fazer com que a reitoria abrace os projectos destas e faça com que as coisas marchem”, disse.
Segundo o académico, a universidade precisa ser mais proactiva, por isso no seu plano de acção há propostas para dinamizá-la, através de três eixos, nomeadamente o compromisso, competência e a cooperação.
Frisou que o objectivo é “colocar pessoas certas em lugares certos, apostar em quadros comprometidos com a causa e cooperar com todos e para todos, ao invés de competir”.
Segundo a fonte, a internacionalização da UMN é outro foco, mediante a busca de conhecimento e de experiências de países mais cotados, convidando professores de renome a moderarem módulos e palestras.
Antes, conforme o candidato, será necessário fazer uma avaliação interna para se saber como está a universidade, para depois atacar as prioridades, que devem passar pela implementação de doutoramentos e incrementar os mestrados, hoje circunscritos às faculdades de direito e a de economia.
José Luís Alexandre, director-geral cessante do ISCED-Huíla, sublinhou que o seu plano de governo prevê, também, a aposta em laboratórios, sobretudo, nas engenharias e a criação de uma fazenda universitária, para que os estudantes do curso de agronomia e zootecnia tenham a oportunidade de fazer aulas práticas.
Captar os melhores estudantes para que exerçam a docência, após um curso de agregação pedagógica, e tornar os projectos de investigação conexos à extensão universitária, colocando a universidade ao serviço da sociedade, são outros focos da candidatura.
Para esse pleito marcado para, o dia seis de Maio, José Luís Alexandre concorrerá com Sebastião António, vice-reitor cessante da UMN, no consulado de Orlando da Mata.
Criada em 2009, a UMN abrangia inicialmente as províncias da Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango, mas desde 2019 que por Decreto Presidencial passou a congregar apenas a Huíla e Cunene. Até hoje, diplomou mais de quatro mil licenciados, 81 mestres e mais 90 pós-graduados em agregação pedagógica.
Com cinco faculdades, nomeadamente a de Economia, Medicina, Direito, Instituto Superior Politécnico da Huíla e o politécnico de Ondjiva, a UMN matriculou este ano nove mil estudantes nos seus 19 cursos de graduação, dois de mestrados e um de pós-graduação.
