Icolo e Bengo - Os alunos das escolas do município do Icolo e Bengo, província de Luanda, estudam em condições precárias, sentados ao chão e outros ocupando uma carteira por três formandos, constatou esta segunda-feira a ANGOP.
As salas de aulas, na centralidade do Zango8000, estão com poucas carteiras e outras sem carteiras, obrigando aos alunos a sentarem-se ao chão, enfrentando todas as dificuldades de aprendizagem.
De acordo com os alunos, tem sido difícil apreender os ensinamentos e sobretudo escrever em bem, pois, as condições são inadequadas.
"Eu tenho muitas dificuldades de escrever porque sento-me no chão quando me atraso e outras vezes sentamo-nos três alunos em uma carteira", relatou Adilson Manuel, aluno da 6ª classe.
Outra estudante, Cátia da Costa, fez saber que, em épocas de avaliação, tem sido embaraçoso porque não há privacidade e mesmo os professores têm dificuldades de impor certas regras.
Referiu que a maioria das carteiras estão danificadas porque são frágeis, de pouca qualidade, mas também pelo mau uso dos alunos que frequentemente as movimentam de sala em sala, arrastando-as, sem o mínimo de cuidado.
Um dos estabelecimentos com esses problemas é o colégio 6084, com 18 salas de aulas, na centralidade do Zango8000, onde os mais de 50 alunos por cada turma, disputam por 18 carteiras, tal como a escola primária 6082, com 24 salas, tem apenas 40 por cento das mil carteiras necessárias.
As escolas estão desprovidas de auxiliares de limpeza, assim como de protectores e por conta disso, encontram-se com problemas de saneamento e a serem vandalizadas, roubadas todas as fechaduras, louça sanitária, lâmpadas e aparelhos de comunicação interna.
Em entrevista à ANGOP, o director do Gabinete Municipal da Educação, Lopes Famoroso, lamenta o estado em que as crianças, jovens e adolescentes estudam, a nível de toda a extensão do Icolo e Bengo, mas assegura que os problemas são do domínio da administração municipal e de forma paulatina vão sendo resolvidos.
De acordo com o responsável, a administração já contratou uma empresa que se encarregará de reparar as carteiras danificadas, em número indeterminado, em todas as escolas do município.
Adiantou que o Icolo e Bengo precisa de 11 mil carteiras, 600 quadros escolares que, nos próximos dias serão adquiridos pela administração, para colmatar a demanda.
Vandalização
Sobre a vandalização, revelou que quase todas escolas estão sem protectores, o que facilita a acção dos marginais.
"Estamos numa situação crítica, com quase a totalidade das escolas sem portas, janelas, e louça sanitária, por falta de seguranças", disse.
No entanto, diante destas preocupações, a administração começou a contratar agentes para a salvaguarda dos bens públicos, estando contemplada nesta primeira fase, os liceus 6026, e 6075, a escola 6079 e o complexo escolar 6010.
No concurso público realizado recentemente, para o ingresso de mais docentes, foi atribuída uma quota de 140 vagas para o município, considerada insuficiente, uma vez que são necessários mais 600 professores para todos os níveis de ensino, segundo o director.
Tão logo sejam admitidos, estes profissionais serão enquadrados em escolas sem qualquer professor, nas comunas de Cassoneca, Cabiri, Caculo Cahango e a localidade da Quiminha.
Para o asseguramento das escolas do Icolo e Bengo serão necessários 300 efectivos, enquanto para a limpeza e higiene precisam-se 600 auxiliares de limpeza.
Revelou que foi autorizada por Decreto Presidencial, a criação do Instituto de Administração e Serviços, localizado no distrito urbano da Bela Vista, que será denominado Instituto Luther Rescova 6090.
O Icolo e Bengo tem 76 escolas, com 54 mil alunos matriculados no presente ano lectivo, do ensino primário, primeiro ciclo e liceu e 1099 professores.
Neste momento estão em construção, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), cinco escolas T12, duas das quais concluídas, faltando o apetrechamento, enquanto outras com obras quase paralisadas, por razões de dificuldades financeiras.
As infra-estruturas encontram-se nas comunas de Cassoneca, Cabiri, distritos urbanos de Catete e de Bela Vista, com duas e, segundo o director, a sua conclusão está prevista para 2025. AJQ
