Luanda - A Associação dos estudantes da Universidade Agostinho Neto promove, de 17 a 21 deste mês, em todas as unidades orgânicas da instituição pública de ensino, um protesto contra a greve dos professores, que já dura dois meses.
O anúncio do protesto dos estudantes foi feito esta quinta-feira pela presidente da referida associação, Yolanda Domingos, sublinhando, em declarações à ANGOP, que o protesto decorrerá de forma pacífica e, numa primeira fase, nas salas de aulas.
Adiantou que o protesto poderá ser contínuo à medida que perdurar a paralisação das aulas, uma vez que os estudantes estão a ser prejudicados.
"Esse protesto será sempre no período matinal e servirá para chamar atenção dos docentes e do Executivo, uma vez que os jovens querem ser formados e são os estão a ser mais prejudicados com a paralisação das aulas", salientou.
O Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES) decretou, em 27 de Fevereiro, uma greve geral por tempo indeterminado, pelo facto de o Governo não dar resposta a dois dos cinco pontos do caderno reivindicativo, nomeadamente os "salários condignos" e seguros de saúde.
No entanto, o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação considera que a maioria das reivindicações dos professores foram completamente sanadas e as restantes estão a cargo do Executivo.
Em declarações, recentemente, à imprensa, a titular da pasta, Maria do Rosário Bragança, explicou que dos quatros "pontos fracturantes", o salário e o seguro de saúde continuam a ser factores ainda sem resolução.
"Todas as reivindicações fazem parte da pauta do próprio Governo. Umas foram sanadas completamente e outras estão em processo de implementação, mas subsistem esses dois factores que levou o sindicato a retomar a greve no passado dia 27 de Fevereiro", referiu.
Por outro lado, reconheceu a legitimidade dos professores de exercerem o seu direito à greve, apelando, no entanto, aos docentes a cooperarem para não deixarem danos aos estudantes.
A propósito, o secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES), Eduardo Peres Alberto, avançou que o sindicato não teve outra opção se não avançar com a greve depois do silêncio do Governo. ML/ASS