Huambo – O director do gabinete da Educação na província do Huambo, Mário Rodrigues, disse hoje, terça-feira, estarem criadas as condições necessárias para a realização das provas do I trimestre no ensino geral.
A realização das provas do I trimestre referente ao ano lectivo 2022/23, que deverão decorrer em meio a greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), a 06 do corrente mês e com término previsto para o próximo dia 16, está agendada, entre 14 e 21 de Dezembro, em função da orientação do Ministério da Educação, para se dar cumprimento ao calendário escolar anual.
Abordado pela ANGOP, a propósito da situação, o director da Educação afirmou que a província criou todas as condições necessárias para que as provas decorram em todas as escolas do sistema do ensino geral, apesar da greve decretada pelo SINPROF.
Para o efeito, disse contar-se com os professores do Sindicato da Educação, Cultura, Desporto e Comunicação Social, que suspendeu a sua greve a 30 de Novembro último, bem como dos docentes do Regime Probatório.
De acordo com o responsável, estes profissionais continuam com as suas funções e a trabalhar, sobretudo, na planificação e no processo organizativo das disciplinas, o que permitiu a elaboração das provas do I trimestre, que serão aplicadas, entre 14 e 21 de Dezembro.
Nesta conformidade, Mário Rodrigues aconselhou os pais e os encarregados a enviarem os filhos para as escolas, a partir da próxima quarta-feira, para que participem das provas a que serão submetidos.
Na ocasião, desmentiu os rumores, segundos quais as instituições escolares fariam recurso aos trabalhadores administrativos, pessoal da guarnição e até aos pais e encarregados de educação, para poderem acompanhar o processo de avaliação dos alunos.
Questionados sobre as possíveis implicações que poderão resultar deste processo, pelo facto de os alunos serem submetidos à avaliação logo no retorno às aulas, assegurou terem sido acauteladas estas situações, ao salientar que as provas foram elaboradas em conformidade com os procedimentos metodológicos, de modo a se evitar prejuízos para os alunos.
Mário Rodrigues apelou ao bom senso dos professores grevistas no sentido de retornarem ao serviço, ao lembrá-los que o Governo angolano está a trabalhar para a melhoria das condições sociais e de trabalho dos profissionais do sector da educação.
Por seu turno, Sérgio de Sousa, um dos membros do Conselho Jurisdicional do Secretariado provincial do SINPROF no Huambo, condenou, em nome da instituição, a realização das provas no decurso da greve, por entender que viola as disposições legais constantes na Lei 23/91, de 15 de Julho, Lei da Greve.
Fez saber que o agravante da medida resulta do facto de a mesma ter sido tomada, com audição de um outro organismo do sector sindical, menos o SINPROF que decretou a greve.
No presente ano lectivo, a província do Huambo matriculou 930 mil 925 alunos da iniciação ao II ciclo do ensino secundário, incluindo dos institutos politécnicos e magistérios primários, mais 26,8 por cento em relação ao período lectivo anterior.
Com uma extensão territorial de 35 mil 771 quilómetros quadrados e uma densidade populacional acima dos dois milhões 600 mil habitantes, a província do Huambo é composta, administrativamente, por 11 municípios, 37 comunas e três mil 387 aldeias.