Luanda- Com um universo de onze mil quatrocentos e trinta e três docentes no subsistema de ensino superior, o país conta apenas com 19 pesquisadores para cada um milhão de habitantes, comparativamente aos 472 da África do Sul.
Deste número de docentes, 40 por cento se encontra em instituições de Ensino Superior (IES) públicas, ao passo que 59 por cento estão nos privados.
Nesta ordem, 53,2 por cento tem grau de licenciatura, 35,8 por cento tem o mestrado e 10.9 por cento de doutoramento.
Estes dados foram avançados pela conselheira do Banco Mundial, Gorete Capilo Leitão, durante o terceiro seminário sobre o diagnóstico do ensino superior, quanto ao acesso e equidade, qualidade e relevância, bem como financiamento e governança para a elaboração do Livro Branco (LIBES).
De acordo com Gorete Leitão, a qualidade, relevância e ausência da angolanos nos principais índices tem que ver com o quadro apresentado pelas 85 instituições de ensino superior, uma vez que apenas duas IES fazem parte de associações internacionais e dez afirmam que têm parcerias com IES estrangeiras, de acordo informaçoes dos seus sites.
Para a questão de financiamento nos diferentes níveis de ensino, de acordo a especialista, em termos de gastos, a previsão da cota do OGE é de maior percentual para o sector da educação, com um valor de 388 mil milhões de em relação aos 85 mil milhões alocados ao ensino superior.
Por sua vez o director nacional do ensino superior, Emanuel Catumbela, fez saber que o Livro Branco procurará congregar as políticas de desenvolvimento do MESCTI para os próximos dez anos , identificar através do diagnóstico apresentado os desafios que o sector enfrenta e discutir, entre diferentes actores do subsistema e a sociedade quais medidas e políticas devem ser gizadas, implementadas e avaliadas para a sua melhoria.
Para o director o subsistema de ensino superior, Angola apresenta margem para a melhoria, havendo apenas a necessidade de um trabalho árduo com contribuições de especialistas de diversos sectores.
No seu entender, é necessário trabalhar para que a quantidade de financiamento seja maior, identificando outras fontes de financiamento e não apenas o OGE, para se investir em infra-estruturas, investigação científica, atendendo que o valor ainda é irrisório.