Cuito – O sector da educação em Angola conta, desde Abril último, com um reforço financeiro externo na ordem de 50 milhões de dólares norte-americanos, destinado à dinamização do plano de formação de professores nos vários subsistemas do ensino geral.
O anúncio foi feito hoje, sexta-feira, pelo coordenador técnico da Parceria Global para a Educação em Angola, Aldo Sambo, durante o II Conselho Consultivo do Ministério da Educação, que decorre desde quinta-feira, na cidade do Cuito, capital da província do Bié.
De acordo com a fonte, o montante é uma subvenção que foi disponibilizada em finais do passado mês de Abril, após uma deliberação do Conselho de Administração da Parceria Global para a Educação, com sede em Washington, Estados Unidos da América.
Disse tratar-se de uma doação para o Estado Angolano, proveniente do mesmo órgão, do qual o Ministério da Educação é membro, fruto de um processo de diálogo, coordenação e alinhamento conduzido pela titular do departamento ministerial junto do Grupo de Parceiros Locais da Educação do país.
Adiantou que o montante em causa, a ser desembolsado, de forma faseada, até Setembro de 2028, destina-se ao reforço da formação inicial e contínua de professores dos subsistemas do ensino primário e secundário em Angola, visando melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, no quadro da agenda 2030.
Escolas técnicas devem dar solução aos problemas do sector
Na sua intervenção no segundo dia do II Conselho Consultivo, a ministra da Educação, Luísa Grilo, defendeu a necessidade das escolas e institutos de formação técnicas estarem mais ao serviço do sector, na resolução dos problemas que as instituições escolares enfrentam.
Segundo a ministra, a nível do sector não se pode colocar em causa a falta de recursos financeiros ou de quadros para assegurar a manutenção das instalações escolares, como de energia eléctrica e de outros equipamentos infra-estruturais, assim como a adopção de medidas tecnológicas para acompanhar a dinâmica da modernidade.
Estas situações, prosseguiu, devem ser solucionadas pelos técnicos de nível médio, que são formados pelas escolas e institutos de formação técnicas existentes a nível do país.
De acordo com a ministra, a absorção destes especialistas, para além de contribuírem na resolução dos problemas das escolas, serviria, por outro lado, como porta de saída para os estágios profissionais, dada as poucas oportunidades oferecidas pelo mercado, de modo a colocarem em prática os conhecimentos adquiridos na teoria.
O II Conselho Consultivo do Ministério da Educação, que decorre sob o lema: “Os professores de que precisamos para a educação que queremos: o imperativo global para inverter a escassez de professores”, junta perto de 200 delegados, vindos das 18 províncias do país.
O mesmo, que se realiza um ano depois do primeiro, visa, entre outros objectivos, avaliar o grau de implementação dos programas do sector, redefinir estratégias metodológicas e de acção que concorrem para a melhoria das aprendizagens.
Os participantes ao certame, entre secretários de Estado, directores nacionais, provinciais, escolares, professores e representantes de instituições parceiras do departamentoministerial, estão a debater 33 temas distribuídos em seis painéis.
Constam entre os temas: “Projecto de empoderamento da Rapariga e Aprendizagem para Todos-PAT II, Progresso das actividades”, “Balanço dos primeiros cinco anos de implementação da Política Nacional de Educação Especial orientada para a inclusão escolar”, “Planejamento estratégico de recursos Humanos”, “A gestão das escolas”, “O quadro legal do MED” e “As modalidades de avaliação no sistema educativo angolano”. VKY/PLB
