Luena – Quatro professores de duas escolas do ensino primário foram, esta segunda-feira, no Luena, província do Moxico, detidos pela Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) por cobrarem, de forma ilícita aos alunos, um total de 209 mil 900 kwanzas, supostamente para pagamentos de propinas.
Os respectivos docentes, pertencentes às escolas nº 153 e 135, foram flagrados em posse de 149 mil 600 kwanzas e 60 mil 300 kwanzas, respectivamente, valores cobrados, alegadamente, para a manutenção das referidas instituições.
Em declarações à ANGOP, o delegado provincial da IGAE, José Maria Amândio, disse que os referidos funcionários (dois para cada escola) cobravam 300 kwanzas em cada aluno, nos dois períodos lectivos, alegando que a prática era do conhecimento dos gestores das escolas em causa.
Disse que os respectivos directores escolares não foram detidos no local, por não terem sido flagrados durante a ocorrência do crime, sendo que poderão ser ouvidos durante a fase da instrução preparatória.
De acordo com o responsável, por se tratar de uma prática proibida à luz da lei da Probidade Pública e do Código Penal, os acusados foram encaminhados aos Serviço de Investigação Criminal (SIC) para serem apresentados ao Ministério Público (MP).
Ao ser ouvido pela ANGOP, sobre o ocorrido, o director do Gabinete Municipal da Educação no Moxico, Jeremias Samossa lamentou o facto, reafirmando que nenhum gestor das escolas do ensino primário está autorizado a efectuar cobranças aos alunos.
“É um facto que nos entristece, pior ainda porque os acusados retiravam as crianças da sala de aula quando não pagavam a alegada propina”, lamentou.