Huambo – O sector da educação da província do Huambo necessita de mais de 15 mil professores para reforçar o processo educativo, visando o alcance da qualidade de ensino desejada, soube, esta quarta-feira, a ANGOP.
A província do Huambo, situada no planalto central, conta, no presente ano lectivo, com 930 mil 925 alunos matriculados da iniciação ao II ciclo do ensino secundário, incluindo os institutos politécnicos e magistérios primários, cujo processo metodológico é assegurado por 18 mil e 20.
A informação foi prestada pelo director do Gabinete da Educação do Governo do Huambo, Mário da Costa Rodrigues, durante o encontro de auscultação que o círculo de deputados à Assembleia Nacional provincial local manteve com a direcção do sector, no quadro das suas visitas de constatação do funcionamento das instituições públicas da região.
Disse que esta cifra é bastante reduzida para os desafios do sector, a julgar pela demanda populacional da região, com dois milhões 756 mil e 159 habitantes, residentes em 11 municípios e 37 comunas, numa extensão de 35 mil 771 quilómetros quadrados.
Para o efeito, referiu serem necessários mais de 15 mil novos professores, com realce para o ensino primário, nas zonas rurais, onde se regista maior défice.
De acordo com Mário Rodrigues, o sector que dirige debate-se, também, com a escassez de salas de aulas, sobretudo no ensino primário, onde são necessários 284 escolas, bem como a falta de meios de ensino e de laboratórios.
Os deputados do círculo provincial, coordenado pelo deputado Armando Capunda, visitaram, igualmente, a Delegação Provincial da Justiça e dos Direitos Humanos do Huambo.
Neste sector, constataram, entre várias preocupações, a falta de infra-estruturas próprias para o funcionamento dos serviços da justiça e da morosidade na entrega dos bilhetes de identidade aos cidadãos.
Em declarações à imprensa, no final das visitas, Armando Capunda assegurou que as preocupações apresentadas pelos dois sectores merecerão a atenção especial por parte dos deputados do circulo local, visando a busca de soluções para a sua resolução.
“Vamos, no âmbito da elaboração das próximas propostas do Orçamento Geral do Estado para que haja mais disponibilidade de recursos financeiros para mitigar as dificuldades que o sector da Educação e da Justiça na província, de modo a garantir o seu melhor funcionamento”, assegurou.
Cidadãos continuam a abandonar BI
O chefe do Arquivo de Identificação Civil e Registo Criminal da Delegação provincial da Justiça e dos Direitos Humanos do Huambo, Hélder Paulo, fez saber, à margem da visita dos deputados, que os cidadãos na província continuam a abandonar os Bilhetes de Identidade (BI) nos postos de emissão.
De acordo com o responsável, neste momento são contabilizados, nos 16 postos de emissão que a província dispõe, o abandono de mais de 21 mil documentos, emitidos e impresso em 2021 e 2022.
Disse que a situação, cujas razões são desconhecidas, preocupa a instituição, por representar um prejuízo enorme, a julgar pelos investimentos aplicados pelo Estado angolano na impressão dos mesmos documentos, uma vez que muitos destes estão isentos do pagamento de emolumentos, por parte dos utentes.
O Círculo de deputados à Assembleia Nacional da província do Huambo, fruto dos resultados das Eleições Gerais de 2022, é composto por cinco parlamentares, sendo três do MPLA e dois da UNITA. LT/VKY/VIC