Luanda - O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES) pediu ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação que conduza um processo de consulta às instituições para de forma autónoma apresentarem os seus projectos em conformidade com o perfil de cada instituição para a melhoria da qualidade de ensino.
Segundo o secretário-geral do sindicato, Eduardo Peres Alberto, este processo de consulta, que deve ser feito em 60 dias, permitirá compreender a situação real das instituições públicas do ensino superior e reverter o quadro da má qualidade.
Eduardo Alberto falava a propósito do encontro com a direcção do Ministério do Ensino Superior devido a greve decretada e que teve início no dia 10 de Novembro, depois de apresentado o caderno reivindicativo com oito pontos por resolver.
O sindicalista reafirmou haver vontade de negociar e estão a ter entendimento com a entidade patronal, sendo esta a terceira ronda de negociações, ressaltando que hoje estão a falar das condições das infra-estruturas.
“Temos defendido que o ensino superior é a chave de ouro para qualquer nação que almeja o desenvolvimento, daí a necessidade de melhorarmos a sua qualidade”, disse.
Eduardo Alberto salientou que sindicato defende que o problema da má qualidade se prende pela falta de investimento sério, então desafiam o governo a investir seriamente no sector, reafirmando que a greve continua e será deliberada apenas em assembleia-geral como confere os estatutos.
“O que nos deixa muito a desejar é ver nas instituições do ensino superior carteiras de alunos do ensino primário”, frisou.
Por seu turno, o Secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Alves da Silva, disse que a equipa do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação e todo executivo estão preocupados e empenhados em estabelecer as melhores condições possíveis para o desenvolvimento do ensino, da investigação e da extensão.
Acrescentou que enquanto processo negociável, têm procurado encontrar pontos de convergência com o sindicato dos professores do ensino superior para que possam verificar em que medida a greve pode cessar.
Referiu que ainda não avaliaram o impacto da greve, sendo hoje o segundo dia, ressaltando que no dia 10, início da greve, efectuaram uma ronda às instituições encontrando pontos com maior e outros com menor adesão à greve, referindo ser um direito que deve ser exercido com as condições estabelecidas na lei.
O sindicato dos professores do ensino superior iniciou uma greve no dia 10 de Novembro por tempo indeterminado por conta do caderno reivindicativo com oito pontos apresentado ao ministério.
A realização de eleições dos cargos de gestores das faculdades e universidades, aumento salarial, assistência médica e medicamentosa dos docentes, a harmonização dos planos curriculares, a formação contínua dos professores, condições como a construção de cidades universitárias no país, aposta na investigação científica e melhores condições dos laboratórios e bibliotecas são os oito pontos por resolver.