Luanda– Escritores e leitores analisaram e discutiram, nesta quarta-feira, aspectos relativos a obra poética "A Estrada da Secura" do escritor, Luís Kandjimbo, em sessão promovida pela União dos Escritores Angolanos (UEA).
Segundo o autor, a escolha da obra e de Lopito Feijó como moderador deve-se ao facto de ser um livro que fala do momento da história pessoal e da sua geração, permitindo uma reflexão em torno da literatura angolana.
Considerado como um livro de fronteira, pelos presentes, contribuiu para uma reflexão profunda sobre as roturas do ponto de vista estético da poesia produzida no país.
“Poesia angolana é o trazer elementos do livro dependendo do olhar dos leitores e como pode representar e compreender os angolanos, representando uma forma dos angolanos serem identificados e compreendidos”, disse Luís Kandjimbo.
Para o escritor, há uma história da poesia em Angola em que figuram nomes que, por vezes, injustamente são referenciados apenas como políticos, quando como poetas eles também são representativos nesta comunidade.
A Estrada da Secura reflecte o estado de espírito de Luís Kandjimbo durante o período mais longo em que permaneceu na sua terra natal, após década de ausência.
A obra é também homenagem a mãe do autor, de quem aprendeu a venerar a necessidade da memória dos lugares de origem.
A última parte do livro contém poemas eróticos fundamentais da geração do autor, uma maneira diferente com que celebra a mulher.
“Na verdade é a mulher que seduz o homem e não o contrário. As mulheres são o sujeito dos discursos dos textos”, referiu.
A obra foi editada pela primeira vez em 1998 e em 1995 mereceu Menção Honrosa no Prémio Sonangol de Literatura.