Luanda – Os agentes do teatro angolano defenderam, nesta sexta-feira, em Luanda, maior atenção do Estado às artes cénicas angolanas, tendo em conta o seu papel no desenvolvimento económico e social do país.
Conforme os homens do teatro, que abordaram, no âmbito do projecto “Diálogos Teatrais”, reafirmaram que a existência de um espaço de escuta permite que a sociedade artística se sinta mais respeitada nos seus direitos e deveres.
De acordo com o teatrólogo Tony Frampénio, esta arte é considerada pouco rentável, fazendo com que a sociedade a olhe com menos atenção, contrariamente ao que ocorre com a música e pintura.
Tony Frampénio afirma que, para se torne um produto rentável, é fundamental a criação de infra-estruturas adequadas para massificar o teatro e industria-lo para que o público conheça a arte de encenar e pague por ela.
Para o especialista, apesar da boa vontade e da predisposição em apostar forte face aos desafios, descobertas e decisões, a juventude acaba por desistir, tornando o sector mais pobre do ponto de vista atractivo e económico.
"No nosso país a arte de representar é banalizada, estigmatizada porque não é levada em consideração pela sociedade", lamentou.
Por sua vez, o sociólogo Jonas Mazuela reforçou que o teatro serve como elemento educador, embora tenha sido quase abandonado e ser-lhe atribuído pouco valor.
Apesar das circunstâncias serem desfavoráveis, disse, esta arte pode influenciar as relações humanas e contribuir para a melhoria comportamental das pessoas, exemplificando o resgate de valores morais, cívicos e religioso.