Saurimo – Artesões na província da Lunda Sul clamam por mais apoios do Governo e da sociedade para o exercício da actividade, como forma de continuarem a contribuir no desenvolvimento sociocultural e turístico na região.
Maioritariamente deficientes físicos, os artesões entrevistados pela Angop apontam a falta de transporte para se deslocar e transportar a matéria-prima, cadeiras de rodas, triciclos e canadianas para se locomoverem ao centro de fabrico de peças artesanais como principal constrangimento.
Segundo o responsável da Associação Zuo Yeto, Tito Rafael, grande parte do material é adquirido no interior da província, em locais que só é possível atingir com um meio de transporte, oneroso para a capacidade financeira dos artistas.
Solicitou, igualmente, a reabilitação do centro de produção de peças, cujo grau de degradação coloca em risco a vida dos artistas, acrescentando que devido a estas dificuldades a produção no centro baixou de 400 para 100 peças/ano.
Já o responsável da Associação Hoji Ya Henda, Bemvindo Castigo, defende a intervenção da classe empresarial, sobretudo organizados em cooperativas e associações.
Defende, igualmente, que se criem politicas para que os profissionais desta área tenham acesso a créditos bancários.
Por seu turno, a directora do Gabinete da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Luísa Martins, disse que o Governo reconhece as dificuldades desta franja no exercício das suas actividades, mas tem estado a trabalhar para encontrar soluções de curto, médio e longo prazo.
No âmbito dos apoios a pessoas vulneráveis, recentemente foram entregues 50 cadeiras de rodas e 40 triciclos, para facilitar a locomoção destes profissionais das suas residências ao centro.
O Gabinete da Acção Social na Lunda Sul, que controla cinco associações de portadores de deficiência, procedeu ainda a entrega de 63 cestas básicas.