Luanda - Os artistas angolanos Totó St, Sophia Buco e Gersy Pegado destacaram, neste sábado, em Luanda, que o investimento pessoal e na carreira pode gerar economia através da cultura.
Falando no workshop sobre empreendedorismo cultural "geração da economia através da cultura", numa iniciativa da Academia de Empreendedorismo Cultural "Produza", defenderam que os fazedores de cultura devem se potencializar na sua área de actuação para capitalizar investimentos, patrocínio e parceiros para facilitar o bom andamento da sua arte.
"Não devemos ir somente a busca de patrocínio ou investimento, devemos ir em muitos casos buscar serviços para podermos realizar a nossa actividade, porque só se dá dinheiro onde gera dinheiro", acrescentaram.
Para a cantora Gersy Pegado a cultura não é para ser conhecido e famoso, mas sim para fazer obras e deixar um legado ou marca.
Referiu que o empreendedor não depende de Estado, de porta que se abre, porque rompe caminhos com a sua obra e as pessoas reagem ao empreendimento.
"A música angolana não seria nada se alguns artistas não cantassem ou se não tornassem as suas ideias em obras", frisou.
A atriz Sophia Buco defendeu que empreender em cultura não é esperar um retorno financeiro em curto prazo, mas sim em longo prazo, porque o mercado das artes não se faz sem gosto e o retorno não é imediato.
Explicou que optou em ir a busca de serviços como forma viável para poder fazer conhecer as suas obras e torná-las rentáveis.
Já o músico Totó St salientou o investimento pessoal e a formação na arte para melhor fazer a sua obra com conhecimento e sem correr o risco de frustração.
Alertou aos artistas a não apresentarem as suas ideias ou obras aos colegas ou meios de comunicação, sem as terem registado para poderem beneficiar dos direitos autorais.
Em declarações à ANGOP, a assistente administrativa da Produza, Ruthe Alberto, fez saber que o evento surge para orientar, incentivar e passar experiências aos jovens artistas, para que possam perceber como caminhar ou se vale a pena investir em cultura.
Referiu que o workshop também serviu para mostrar a visão a quem queira no futuro empreender em cultura e gerar economia através dela em Angola.
Esta reflexão, segundo a organização, surge numa altura em que o mundo reconhece, cada vez mais, as indústrias culturais e criativas como sendo sectores de grande potencial para o desenvolvimento das nações.
O workshop sobre empreendedorismo cultural foi promovido no âmbito do programa de fomento ao “Diálogo sobre Economia Criativa”, criado pela NAKENIS.08, para potenciar o surgimento de novos modelos de negócios no sector cultural.
