Dundo – O embaixador da Bélgica em Angola, Jozef Smets, anunciou a assinatura, para breve, de um memorando de entendimento entre os dois países, no domínio cultural.
O anúncio foi feito durante uma visita que o diplomata belga efectuou ao Museu Regional do Dundo, na província da Lunda Norte, tendo, na ocasião, manifestado o interesse do seu país em alargar a cooperação com Angola nas áreas da cultura e da formação.
Clarificou que o memorando de entendimento será assinado entre o Museu Regional do Dundo e o Museu Real para África Central, uma das maiores instituições museológicas do Reino da Bélgica, localizada em Tervuren, arredores de Bruxelas, capital do país.
Jozef Smets afirmou que Angola dispõe de um potencial cultural, que pode ser rentabilizado, frisando que o memorando consiste na formação de quadros angolanos no Museu Real para África Central.
Revelou ter abordado, recentemente, com o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, a possibilidade de juntar especialistas angolanos e belgas, para um encontro de carácter científico sobre a Cultura Cokwe.
A propósito, qualificou o Museu Regional do Dundo como “um grande centro de pesquisa, cuja dimensão ultrapassa a fronteira de Angola, devido à sua multidisciplinaridade”.
O museu, situado no “coração” da antiga cidade do Dundo e com mais de 100 anos de existência, ajuda a sociedade a identificar acontecimentos da história, que foram decisivos e essenciais para a construção do Império Lunda.
Para ajudar a preservar as memórias e, ao mesmo tempo explicá-las aos interessados, a instituição conta com um acervo repleto de artigos e colecções etnográficas, biológicas, arqueológicas, de arte sacra, popular e alguns objectos que se relacionam com a história da Revolução Industrial, como a exploração de diamantes.
As colecções etnográficas do Museu Regional do Dundo constituem a principal componente do objecto social da instituição e resultam da primeira campanha de recolha de peças, designada por expedição de Camaxilo, feita no longínquo ano de 1937, e do Alto Zambeze, em 1939.
O museu possui nove mil peças etnográficas e prevê, para breve, a recolha de outras que se encontram em posse de pessoas ligadas à arte e detentoras de colecções.
Entre os artigos culturais expostos, sobressaem a estatueta do Samanhoga (Pensador) - que se tornou num símbolo nacional - e as máscaras Mwana Phowo (retrata a beleza feminina).
Constam ainda o Mukishi wa Mwanangana (palhaço do rei) - que corresponde ao sacrifício sagrado e representa os antepassados do chefe tribal - e os instrumentos musicais Ngoma (batuque ou tambor) e puita.