Roma - A oitava edição do Kibaka Film Festival, dedicado ao cinema alternativo africano, voltou aos cinemas do La Compagnia, com o programa 15 curtas-metragens e 3 filmes.
O programa inclui ainda exposição de literatura, laboratório para crianças e um passeio para conhecer a Florença “africana”.
A abertura do evento contou com a presença da embaixadora de Angola na Itália, Maria de Fátima Jardim.
A iniciativa existe desde 2010 e surgiu da necessidade de se apresentar ao público um tipo de cinema alternativo, longe dos estereótipos e clichês de uma África conhecida apenas pelas lentes interpretativas do Ocidente.
Este ano pretende também valorizar a Década Internacional dos Afrodescendentes proclamada pelas Nações Unidas e que visa mostrar a realidade actual do afrodescendente, ainda vítima de racismo e discriminação.
O objectivo, segundo a organização do evento, é dar em Florença, e em toda a Toscana, um novo olhar sobre as jovens gerações afro-europeias e promover o trabalho de artistas e talentos emergentes, enfatizando a beleza e a importância dessa cultura como força capaz, enriquecer e transformar as realidades culturais e artísticas do mundo.
Além do Festival principal, um espaço também é dedicado ao Kibaka For Young - Second Edition, cinema afro-europeu para crianças e esta edição tem contribuição directa de jovens do Instituto Galilei de Florença com o apoio de Bella Presenza, um projecto com crianças, no quadro do Fundo de luta contra a pobreza juvenil.
A edição deste ano teve ainda como destaque palestras, além de uma conversa com Fred Kuwornu, produtor e cineasta afrodescendente nascido na Itália e radicado em Nova York.
Durante o evento foi também exibido o documentário: “Kimpa Vita- A mãe da revolução africana”, Ne Kunda Nlaba, RDCongo/Angola, que trata do tráfico de escravos, do colonialismo, da discriminação e da destruição da igreja daquela época.
Destaque também para a película: “Por Aqui Tudo Bem” realizada pela portuguesa por Maria Esperança Pascoal.
O filme retrata a história de Maria e Alda, duas irmãs de 16 e 17 anos, que no final do verão de 1980 refugiaram-se em Lisboa para fugir da guerra em Angola.
A organização mostrou satisfação pelo retorno do público depois de relaxadas as medidas de restrição por causa da pandemia.