Dundo - O gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos na Lunda Norte pretende refazer a história do povo lunda-cokwe e aparentados, corrigindo erros, sobretudo, da sua origem.
Para tal, decorre desde hoje, sexta-feira, no Dundo, um fórum inter-provincial, que junta historiadores, investigadores, autoridades tradicionais, académicos, entre outras figuras do leste de Angola.
O fórum, que é uma antecâmara de uma futura conferência internacional que juntará antropólogos, sociólogos, cientistas, pesquisadores e académicos nacionais e internacionais, aborda a história e historiografia dos povos da Lunda, território Lunda- origem, expansão e relações de parentesco, hábitos, usos e costumes dos povos lunda-cokwe, penetração europeia na Lunda, cristianismo na Lunda, entre outros temas.
De acordo com o director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos na Lunda Norte, José Pinto, o objectivo do fórum é encontrar um contexto histórico para que seja reconstruida a história do povo lunda-cokwe.
Pretende-se, segundo o responsável, encontrar as fontes primárias e/ou orais, ainda em vida, para se criar um espaço de intercâmbio para que a historiografia no percurso da região da Lunda seja um facto real e “corrigir as lacunas da história escrita pelos europeus”.
A Lunda Norte é constituída pelos Cokwe, Lundas (Arund), Balubas, Kakhongos, Imbangalas, Bondos e Songos. As danças txianda, txissela, kalukuta, kandowa, makhopo, maringa, kandjendje, likembe, canga e kasebu, apoiadas por uma variedade de instrumentos musicais tradicionais como o ngoma (batuque), thcingunvu, ndjimba, tchissanje e muiyemba, caracterizam este povo.
A mahamba, que trata do culto aos espíritos ancestrais ou da natureza, que estão representados por estatuetas, para a protecção diária ou apaziguar um espírito, bem como o ukule/kafundeji, o ritual de iniciação feminina, que se realiza aquando da primeira menstruação da adolescente, e a mucanda (circuncisão), preenchem o mosaico cultural da região.