Luanda – A Brigada Jovem de Literatura de Angola (BJLA) conheceu, nesta quarta-feira, mais um capítulo complexo na relação entre a direcção da Comissão de Gestão e a Comissão Eleitoral.
Na base disto está um comunicado da direcção da Comissão de Gestão, que delibera pelo adiamento da Assembleia-Geral por si convocada para o dia 21 deste mês.
No documento, refere-se que a Assembleia-Geral fica adiada para data a fixar, sublinhando-se que os gestores da BJLA se demarcam dos actos dos promotores da reunião de sábado próximo (21).
A deliberação, assinada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, David Mendes, e pelo presidente da Direcção Executiva, "Kudijimbe", justifica o adiamento por a reunião "não ter sido do conhecimento de todos os membros da Brigada, em particular os residentes em Luanda".
No documento, enviado à ANGOP, sublinha que os actos preparatórios da Assembleia-Geral não foram divulgados, devido à pandemia da Covid-19.
Assevera que, no cumprimento dos estatutos da BJLA, ouvida a presidência de Direcção Executiva, concluiu-se "não haver condições para realizar a Assembleia-Geral em igualdade de circunstâncias entre os membros concorrentes".
De igual modo, refere o comunicado, "não estão criadas condições para realizar as assembleias provinciais de renovação de mandatos", o que constitui "violação insanável aos estatutos".
No entanto, a vice-presidente da Comissão Eleitoral, Kanguimbu Ananás, discordou da deliberação e afirmou que a Assembleia-Geral vai
acontecer no dia 21.
Em declarações à ANGOP, afirmou que a deliberação "não tem qualquer efeito, porque desde o dia 15 de Agosto até à data todos os actos preparados para Assembleia-Geral de renovação de mandatos são do conhecimento dos membros".
"Nós tivemos a abertura das candidaturas a 20 de Outubro, com término no dia 4 de Novembro. Todos os brigadistas, a nível nacional, tiveram a comunicação por escrito", declarou.
Lembrou que foram feitas as assembleias, facto que, segundo Kanguimbu Ananás, pode ser comprovado com as actas das reuniões.
"Tenho as actas, feitas conforme a directiva do presidente Kudijimbe. Como é que a Comissão de Gestão (…) vem tirar autoridade à Comissão Eleitoral", interrogou.
Considerou inaceitável a atitude da direcção da Comissão de Gestão, alegando que "todos tiveram a oportunidade de concorrer", mas só Carlos Pedro apresentou a sua candidatura.
Reafirmou que a Assembleia-Geral de renovação de mandatos vai mesmo acontecer sábado, 21, e só vão eleger os membros inscritos na brigada.
A responsável convocou para esta quinta-feira uma conferência de imprensa, a fim de fundamentar a decisão da Comissão Eleitoral.
O pleito eleitoral para a escolha dos novos corpos sociais da BJLA conta com uma lista única, liderada pelo escritor Carlos Pedro.