Luena – Os escritores da província do Moxico defenderam hoje, quarta-feira, no Luena (Moxico), maior abertura dos bancos comerciais no financiamento da produção das obras literárias, para promover a literacia angolana.
Falando a propósito do estado actual da produção literária na província do Moxico, os escritores dizem haver “evolução tímida” da publicação bibliográfica.
Nos últimos dois anos, Moxico registou a publicação de quatro obras literárias, nomeadamente, a “ Proibições de provas e nutilidades processuais”, de Elizeu Sacoji, “Liderar com moral ética e cidadania, um olhar em nós”, de Quintas Sempieca, “Depressão, Reflexos de um Olhar Luzente”, de Alma Luzendo e Crónicas e pensamentos”, de Pedro Branco.
O escritor Eduardo Mahando Sacalima, autor do livro poético "O sabor de saborear a alma-lágrimas de amor", lançado em 2013, disse que a banca pode apoiar os escritores com um crédito específico e bonificado, cuja amortização deve ter um tempo longo e com baixas taxas de juros.
Como garantias, sugeriu que, em caso do escritor não reembolsar os valores, o lançamento da autoria da obra e outros direitos autorais passe para a banca patrocinadora até a devolução do valor.
Já para a escritora Alma Luzendo, a falta de dinheiro continua a ser a causa do "engavetamento" de muitos pensamentos, histórias e estórias”.
Autora de livro poético “Depressão, Reflexos de um Olhar Luzente” explicou que pelo facto de as editoras cobrarem valores exuberantes, que não reflecte com o bolso do escritor, sobretudo iniciante, o apoio das instituições bancárias poderá dinamizar fortemente o sector cultural na questão das obras literárias.
Por outro lado, disse que é preciso incentivar o gosto ao livro e a leitura através de palestras e feiras, pois o livro possibilita a pessoa a aprimorar o vocabulário e dinamizar o raciocínio.
“Para além do banco, é fundamental que o governo seja o parceiro, auxiliando, não só com capital, mas também dinamizar políticas inclusivas para valorização dos escritos nacionais”, disse o escritor Pedro Fernandes Branco.
Estreante do ”Crónicas e pensamentos”, lançado recentemente, Fernandes Branco solicitou, igualmente, apoio às instituições de ensino na capitalização da actual geração de escritores, para se abrir novos caminhos e divulgar-se mensagens sobre a sociedade, através dos livros.
Enquanto isso, o jornalista Horácio Guilherme disse que tem quatro quatro obras literárias do género motivacional engavetada, desde 2008 por falta de e apoio das instituições privadas e governamentais.
Por outro lado, o promotor do espaço “Ler o livro ideal”, Mário de Jesus Franga, defendeu a isenção de impostos aduaneiros na importação de obras produzidas no exterior do país.
Na região existem a Brigada Jovem de Literatura de Angola (BJLA), e o movimento literário "LevArt", que engloba escritores, músicos, poetas, dramaturgos, artesões entre outros fazedores de cultura.
O objectivo destas organizações, é de descobrir jovens talentosos no domínio da escrita, aumentar a criação literária juvenil nas comunidades, incentivar o surgimento de novos escritores e bons leitores na província.