Luanda - O radialista cultural Gilberto Júnior disse, nesta quinta-feira, em Luanda, que há pouca produção artística por falta de apoio, considerando preocupante o estado da música angolana.
Segundo o investigador, hoje vive-se de músicas que já foram produzidas há dez e até 30 anos, porque os artistas não têm como lançar o que fazem por falta de apoio.
Para Gilberto Júnior, que falava na mesa redonda sobre o tema “A história discográfica em Angola vs Valorização dos artistas”, em acto que marcou o lançamento do single “Morgadinho”, do percussionista João Lourenço Morgado, a melhor época de discografia foi no período colonial em que foram produzidos perto de 1600 discos localmente.
“Período em que os artistas iam para as suas editoras assinavam os contratos, gravavam e os discos estavam no mercado”, reforçou.
Referiu que actualmente há uma decadência, razão pela qual o Estado deve incentivar através de uma concertação com as associações que representam os artistas.
“A valorização do artista começa a partir daquilo que produz, se ele não tem como lançar o que produz não há valorização”, salientou.
Para o músico Voto Gonçalves, o estado da música angolana se traduz no possível que se faz, tendo em conta as limitações em termos de apoios e estruturas adequadas.
Considerou o reaparecimento da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), que ficou longos anos inactiva por questões internas, como uma luz no fundo do túnel.
“As intenções são boas, mas a prática é outra. As políticas culturais devem ser efectivadas porque há muito por se fazer no domínio desta arte, desde o direito do autor que já está numa fase avançada graça ao ministro da cultura, sendo um passo à frente”, afiançou.
Em relação a Lei do Mecenato, adiantou que as políticas culturais precisam ser implementados, legislado e regulamentados para que haja os apoios necessários.
Considerou que o músico angolano perde muito dinheiro por conta do direito de autor, daí a necessidade de uma organização eficaz.
