Luanda - Com um reportório de 32 músicas, a 3ª do Festival de Kizomba levou, até à madrugada desta sexta-feira, ao Centro de Convenções de Belas(CCB), em Luanda, mais de três mil amantes deste estilo.
O espetáculo, que durou mais três horas, foi brindado com a presença do ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau.
Pato, músico angolano, abriu o espectáculo, ao interpretar, dentre outras relíquias m, "Celly","Povo D'Angola" e "Mulata ", no dia do seu aniversário.
Seguiu-se então o artistas cabo-verdiano, Rui Last One com as músicas "Kem-Bô", "Pensa So Mal de Mim" e posteriormente Ângelo Boss com o repertório "Paula Sex", "Nga Messena", "Bó Ten Loco -Bebedeira" e "Big Boss-Ngapa".
O antilhano Cristiane Yeye não deixou os seus dotes em mãos alheias e carimbou o momento com as músicas,"Mizik cé vian mwe" e "Tu lé Mante".
Os cabo-verdianos Nhone Lima e Dina Medina, tal como o grupo angolano Impactus 4, também brilharam no palco do Festival de Kizomba, tendo interpretados, entre outros grandes sucessos, as músicas "Hoji", "Magui", "Ingrato" e "Mal d'Amor", respectivamente.
A noite rodeada de muita nostalgia, levou o público a fazer recurso aos dotes peculiar dos angolanos que, em passos cadência dos, "riscavam" em espaços improvisados, acompanhando os ritimos que marcaram as decadas de 80,90 e 2000.
Até ao último momento, o público não arredou pé do espaço, pois cada um em seu espaço e tempo, vibrou com as grandes memórias despertadas pela sonoridade das "ketas".
Encerrou em grande, o Festival de Kizomba na sua 3ª edição, outro artista antilhano Francky Vicent, com as músicas "Akan Manman", "Le Tourment d'amour" e "Nigivir", "Viens Dans Mon Duplex".
Para o ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, trata-se de um momento em que se procura preservar uma expressão artistica que ganhou um espaço muito grande não só em Angola, mas no mundo inteiro.
O ministro referiu ainda que chegam no país várias dezenas de estrangeiros que pretendem aprender sobre a dança e a música Kizomba, no sentido de fazerem escolas nos países provenientes.
"Hoje em dia temos de explorar o nosso forte para atrair os turistas internos e externos", referiu.
Filipe Zau considerou prometeu que o seu pelouro vai continuar a desenvolver não só a Kizomba, mas também o Semba e outras danças, como a tchianda na parte leste do país.
O termo kizomba é uma palavra do kimbundu, uma das línguas nacionais que significa encontro, confraternização, bem como festa do povo.
Surge ligado ao estilo em 1981, através do "Bibi o rei da passada", percussionista dos SOS, um grupo que juntava outros estilos, como o merengue, aos ritmos desenvolvidos pelos outros grupos contemporâneos.
Desenvolveram uma sonoridade mais apetecível e dançante que começou a circular pelas farras angolanas.
Um dos membros deste grupo era Eduardo Paim (considerado o Inventor da Kizomba") que, após a dissolução dos SOS, se mudou para Portugal levando com ele o ritmo kizomba, que começou a granjear adeptos em terras Lusas, mas erradamente confundido com uma variante do Zouk.
Hoje em dia a kizomba tem tido muita adesão por europeus e americanos e há uma tendência muito grande de angolanos profissionais na arte de dançar kizomba emigrarem para essas partes do planeta, por causa das oportunidades de emprego na área de docência nas escolas de dança.ANM/ART