Dundo – O governo da Lunda Norte está a trabalhar para solicitar solicitar a transferência da tutela e/ou da gestão do Museu Regional do Dundo, no âmbito do processo de descentralização administrativa em curso no país.
Actualmente, o Museu Regional do Dundo é tutelado pelo Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, que tem a responsabilidade de indicar e/ou nomear o gestor da instituição, bem como definir a política de funcionamento da instituição.
A intenção, segundo o governador da Lunda Norte, Ernesto Muangala, que falava na cerimónia de empossamento do novo director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, é permitir uma maior intervenção do governo local na melhoria da gestão e na resolução de alguns problemas, com que se debate o Museu Regional.
Deste modo, orientou o novo responsável do Gabinete da Cultura para trabalhar com a vice-governadora para o sector social, Politico e Economico, Deolinda Satula, na elaboração de um memorando de intenções para ser enviada ao Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, o mais breve possível.
“Se o museu estiver sob nossa tutela saberemos ultrapassar alguns problemas, sobretudo ligados aos recursos humanos, manutenção regular, entre outras, que não tem a intervenção do governo local por limitações administrativas”, sublinhou.
Ernesto Muangala apelou a actual gestão do Museu no sentido de criar política que visam aumentar os níveis de arrecadação de receitas.
Orientou, por outro lado, uma atenção especial a Lagoa do Nacarumbu, uma das sete maravilhas de Angola, com vista a rentabiliza-lo.
O museu, situado no “coração” da antiga cidade do Dundo e com mais de 100 anos de existência, ajuda a sociedade a identificar acontecimentos da história, que foram decisivos e essenciais para a construção do “Império” Lunda.
Para ajudar a preservar as memórias e, ao mesmo tempo, explicá-las aos interessados, a instituição conta com um acervo repleto de artigos e colecções etnográficas, biológicas, arqueológicas, de arte sacra, popular e alguns objectos que se relacionam com a história da Revolução Industrial, como a exploração de diamantes.
As colecções etnográficas do Museu do Dundo constituem a principal componente do objecto social da instituição e resultam da primeira campanha de recolha de peças, designada por expedição de Camaxilo, feita no longínquo ano de 1937, e do Alto Zambeze, em 1939.
O Museu do Dundo possui nove mil peças etnográficas e prevê, para breve, a recolha de outras que se encontram em posse de pessoas ligadas à arte e detentoras de colecções.
Entre os artigos culturais expostos, sobressaem a estatueta do Samanhoga (Pensador) - que se tornou num símbolo nacional -, as máscaras Mwana Phowo (retrata a beleza feminina), Mukishi wa Mwanangana (palhaço do rei) - que corresponde ao sacrifício sagrado e representa os antepassados do chefe tribal -, bem como os instrumentos musicais: Ngoma (batuque ou tambor) e puita.