Luanda - O historiador angolano Patrício Batiskama lança, nesta segunda-feira (25), no Brasil, a obra "Dona Beatriz Nsimba Vita", dedicada à nacionalista Kimpa Vita.
O livro traz histórias relacionadas com a trajectória desta mulher, como forma de tornar o seu legado mais conhecido, principalmente entre a nova geração.
Segundo o autor, "Dona Beatriz Nsiba Vita" até hoje não é conhecida no espaço académico, social e político angolano da melhor forma, daí este contributo histórico.
"Fala-se da Kimpa Vita como uma profetisa e ninguém conta bem a história dela", afirmou o historiador à ANGOP.
O também académico disse que a obra traz as duas fontes que abordaram sobre esta personalidade: os Capuchinhos Fernando Zagalo e Lourenço e a tradição oral.
"Todos os que falam sobre ela citam as fontes escritas pelos padres e fréis católicos ou das fontes da tradição oral religiosa", sunlinhou o historiador.
A obra, a ser lançada no Rio de Janeiro, introduz a tradição oral e histórica de como a família de Kimpa Vita, o filho e a linhagem registou a história, bem como as pessoas que a rodeavam se envolveram.
Para compilar o livro, Patrício Batiskama consultou documentos do Vaticano, da Bélgica, da Suécia e diversas gravações, bem como fontes orais.
Com 220 páginas, a obra sai com a chancelaria da editora brasileira ANCESTER, em colaboração com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Estudos Africanos.
O autor participará através da plataforma digital Zoom, com a apresentaçao de uma aula.
Em Angola, o livro será lançado a 28 de Fevereiro próximo.
Natural da província do Uíge, Patrício Batsikama é autor de obras como “Tokoismo, Teologia da Libertação”, “O Reino do Kongo e a sua Origem Meridional", "Makela ma Zombo" e "Nação, Nacionalidade e Nacionalismo em Angola".
É docente do Instituto Superior Tocoísta (ISPT), de onde também é coordenador do Centro de Estudo e Investigação Científica Aplicada (CEICA).
Dona Beatriz Kimpa Vita, também conhecida por Beatrice de São Salvador do Congo e Kimpa Vita, foi uma profetiza e líder política do Reino do Congo, e líder política da capital congolesa, Mbanza Congo, durante uma brevidade de tempo.
Capitaneou movimentos de reunificação nacional, utilizando-se de características religiosas, a partir do movimento cristão "Antonianismo", para quem que Jesus Cristo e outras figuras cristãs primitivas eram oriundas do Reino do Congo.
Embora o papel de Kimpa Vita tenha sido ignorado pelos historiadores durante quase três séculos, os anos de sua influência são alguns dos melhores documentados na história dos povos de Angola.