Luanda – O município de Icolo e Bengo, em Luanda, conta a partir desta semana com um espaço para acolher os membros do poder tradicional que tem, entre outros, o objectivo de dar solução aos vários problemas que a comunidade enfrenta.
A instituição, localizada na rua do Centro Cultural, António Agostinho Neto, foi inaugurada pela administradora municipal Humberta Paixão e conta com seis compartimentos, com realce para a secção das autoridades tradicionais (sobas das comunidades) e outra para os Kilambas, os homens que detém o poder tradicional.
Em declarações à ANGOP, o IIº secretário das autoridades tradicionais da província de Luanda, Paulo Kiculo disse que a instituição do poder tradicional visa obter o controlo de todos os sobas de Luanda, porque actualmente existem vários sobas falsos e fantasmas que dizem ser de Luanda e não são.
Já foi feito o cadastramento dos sobas de Luanda e remetido ao Ministério da Cultura e ao Governo Provincial de Luanda, tendo chegado o momento de instituir, em cada município, o poder tradicional para que essa desordem deixe de existir.
Segundo o responsável, o sobado é uma instituição que detém os usos e costumes das comunidades, mas dentro dos usos e costumes existem tradições que são satisfeitas pelos kilambas, que são os auxiliares dos sobas.
Os conflitos conjugais, feiticismo, doenças, aparentemente sem cura, furtos de pequenas proporções, questões que se prendem com alembamento e outras, que surgirem nas comunidades, ao invés de ir para o Magistério Público e ou Tribunal, poderão ter solução nesta instituição do poder tradicional.
Por seu turno, a soba da comuna de Cabíri, Emília Paulo Martins, disse que na região de Icolo e Bengo existem, os sobados de Mbanza Quitel, Caculo Cazombo, Bombo, Malambo, Guimbe, Cajú, Caquengue e kionzo.
O poder tradicional em Icolo e Bengo é constituído por 16 sobados, tendo falecido seis, espera-se que os substitutos sejam indicados pelas famílias, que devem ter uma linhagem materna, segundo o direito costumeiro.