Lançado “Cancioneiro do Sul” em três línguas nacionais

     Cultura           
  • Huíla     Sexta, 08 Março De 2024    10h37  
Abílio Lupenha, autor do Cancioneiro do Sul
Abílio Lupenha, autor do Cancioneiro do Sul
Belarmina Paulino - ANGOP

Lubango - Uma colectânea de músicas populares huilanas, denominada “Cancioneiro do Sul”, com 90 canções traduzidas nas línguas, Nyaneka, Umbundo e Ngangela, de autoria de Abílio Lupenha, foi na quinta-feira, lançada no Lubango, pela Academia de Autores da Huíla.

O evento teve lugar no Instituto Superior de Ciências de Educação(ISCED) da Huíla e apresentou o resultado do primeiro trabalho de pesquisa sobre a música folclórica dos grupos etnolinguístico nyaneca-nkumbi, ovimbundu e nganguela, que compõem a região Sul do país, no pós independência.

O mesmo  foi realizado em 12 anos e resultou na composição, numa primeira fase, de 30 canções populares  em  cada uma das línguas, cujas letras traduzem  os hábitos e costumes dos povos da região Sul.

Com destaque para as festas de iniciação feminina e masculina, religiosas, o casamento, a actividade agro-pecuária, entre outras que retratavam o quotidiano, cuja mensagem será  disseminada através da música local.

Em declarações à ANGOP, à margem do evento, Abílio  Lupenha, fez saber que,  uma das motivações que o levou a compor o Cancioneiro do Sul é trazer à ribalta o espólio musical da cultura  da região Sul de Angola já pautado, para a actual e nova geração  possa melhor interpretar  e  preservar.

“Este cancionário representa a nossa identidade cultural e nós notamos que lá no Magistério Primário do Lubango,  os  alunos cantavam músicas de outras paragens e  as músicas alheias estão pautadas e a nossas africanas não,  então pensamos paula-lás também  para ver se grandes músicos venham interpretar  tais  músicas e venham a cantar nas nossas línguas”, aludiu.

Segundo o autor, as músicas foram respeitadas nas  próprias  regiões e além da pauta musical que grava a linha melódica da canção, tem uma tradução na língua, comentário e a lição moral de  cada  uma delas para  posteridade. 

O trabalho está disponível na plataforma digital da Academia de Autores da Huíla ataves da página www.academiadeautoresdahuila.net.

Sublinhou  que  para a  compilação do trabalho  contou com a contribuição dos seus alunos do Magistério Primário do Lubango,  pois cada um trazia  uma cançao  e juntos pautavam, e   por  enquanto nesta primeira fase, o lançamento incidiu  sobretudo, nas  línguas  em Oluvanyaneka, Umbundo, Ngangela mas faladas na província  da Huíla.

Segundo disse, há já um vasto número de músicas registadas, nas línguas Ovambu (Cunerne), Herero(Namibe)   e Cokwe, pese embora  este  último  encontra-se  maioritariamente no leste do país, na Huíla estão em pequenos grupos,  nos municípios de Caconda, Chicomba e Matala, estão a ser pautadas, um trabalho que conta com ajuda da sua filha, Gracinda Lupenha.

Ao todo conta já com 190 músicas  em todas as línguas faladas em Angola, que aos poucos vão sendo pautadas e gravadas para serem  colocadas  no portal da Academia de Autores da Huíla e serem acessadas pelo público amante da música e literatura.

Por sua vez, o Padre Abraão Tchipa  considerou  o “Cancioneiro do Sul”,  como  uma fotografia daquilo que foi o passado, cultural, político, económico  e religioso  descrito nas  canções e serve como um guia  para  a vida.

Admitiu que muita coisa  da cultura deste povo se perdeu no fogo da globalização e  cancioneiro, vai permitir a actual e próximas  gerações  conhecer a  alma de um povo, através do canto, da literatura  para inspirar a novos progressos nas mais diferentes áreas do desenvolvimento de uma sociedade.

Entretanto,  o  presidente do ISCED-Huíla, Helder Bahu, realçou que a actividade reveste-se  de grande simbolismo,  pois  se pode ver um trabalho individual, onde o autor teve o cuidado de ao longo da sua vida, viver a cultura dos mais variados lugares, passou  preservá-lá.

Salientou que de certa forma em termos de gesto de memória colectiva do Sul de Angola, são muitas vezes esquecidas  e ofuscadas, pelo que e professor Abílio Lupenha conseguiu trazer aquilo que  muitos estudantes  de História  e até  licenciados não o fizeram até agora para a  preservação da história local, que é de forma indirecta uma revisitação ao passado mas também  é uma  forma de se fazer turismo.

Associação de Autores na Huíla, criada em 2020, conta com  mais de 190 obras de  177 autores, cujos direitos  autorais pertencem exclusivamente ao autor, os trabalhos são também editados em AUDIO-BOOKS.

E podem ser escutadas/baixadas por pessoas que não podem ler e por pessoas sem visão. foi criada em 2020, Todas as obras editadas em E-BOOKS, serão publicadas no seu portal e poderão ser lidas e baixadas gratuitamente. BP/MS

 





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