Moçâmedes - A historiadora, Rosa Cruz e Silva defendeu em Moçâmedes, província do Namibe, a atribuição de nomes toponímicos nas das cidades, adequados às figuras de referência e históricas de cada região, sobretudo os que defenderam a libertação do país do jugo colonial.
Falando na segunda sessão ordinária do conselho provincial de auscultação da comunidade, na segunda-feira, Rosa Cruz e Silva defendeu uma maior abertura de diálogo com a sociedade civil, estudantes e autoridades tradicionais, por forma a encontrar a base fundamental para a actualização da toponímia do Namibe, a começar pelo nome Moçâmedes.
A também membro do Conselho da República, fez uma apresentação da análise da designação de Moçâmedes e salientou que o processo de alteração da designação colonial (Moçâmedes, nome de um esclavagista) pode valorizar e ajudar a divulgar a história e a cultura endógena.
O que se debatia no encontro é a retirada do nome Moçâmedes, um barão português do tráfico de escravos, e voltar a atribuir a designação Namibe para a cidade capital da província com o mesmo nome, que significa deserto.
A alteração foi feita na vigência do ex-governador, Rui Falcão, que rebuscou Moçâmedes, a quem atribuiu para a capital do Namibe, o que não teria agradado os citadinos.
“Nós vamos valorizar as pessoas da história da colónia? Podemos é criar um museu que vai retratar esses assuntos e essas pessoas vão figurar lá, mas não devem ser empolgadas, mas sim colocadas num contexto apropriado das figuras que fazem parte deste período da nossa história”, disse a académica.
Para que este assunto seja sanado, Rosa Cruz e Silva, sugeriu no encontro, a criação de uma comissão constituída por membros da sociedade civil e outros intervenientes necessários, para que se encontre o caminho certo para a província ou a cidade voltar a chamar-se Namibe. FA/MS