Malanje- A morte do músico angolano Justino Handanga, ocorrida hoje, segunda-feira, em Luanda, traz consigo uma perda considerável na cultura nacional, sobretudo no sector da música, tendo em conta a sua grandiosidade neste domínio.
A opinião é do chefe de Departamento Provincial da Acção Cultural, Ginga Linha e do delegado da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC-SA) em Malanje, Manuel Inácio, que foram unânimes em considerar que Justino Handanga era um artista exemplar e de grande dimensão, pois sabia interpretar as suas canções na língua tradicional umbunbu.
Ginga Linha lamentou ainda a partida que considerou prematura, numa altura em que o artista se preparava para lançar mais um disco no mercado, oferta de Matias Damásio.
O também músico destacou as qualidades profissionais de Justino Handanga e a importância das mensagens transmitidas nas suas músicas, sobretudo para os povos da região sul do país.
Por sua vez, o presidente da UNAC em Malanje, Manuel Inácio, disse que a sua geração recorda de forma muito viva Justino Handanga, pois as suas músicas eram cantadas na sua língua materna por pessoas de vários estratos sociais de toda Angola.
Manuel Inácio apelou ainda à nova geração de músicos, no sentido de investigar e perceber como Justino Handanga escrevia as suas músicas na língua Umbundu, para que possa seguir os mesmos caminhos.
Justino Handanga morreu, esta segunda-feira, em Luanda, vítima de doença, no Complexo Hospitalar Cardio-Pulmonar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, onde se encontrava em tratamento há uma semana.
O autor começou a cantar na década de 80 e tinha no seu repertório dois discos, em que interpretava as músicas “Ndumbalundo”, “Olonamba”, “Tenho saudades”, “Paulina”, “Carlito” e “Abílio”.RM/NC