Lubango - Duas obras dos escritores Ruy Duarte de Carvalho e de Arnaldo Santos serão reeditados este ano, numa iniciativa da Agência de Viagem TAC Tour de "trazer à ribalta a geração de ouro da literatura angolana".
Trata-se das obras intituladas “Vou Lá Visitar Pastores”, um romance, de Ruy Duarte de Carvalho, com 376 páginas, lançado em Abril de 1999, uma exploração epistolar sobre as digressões do antropólogo pelo território kuvale (1992-1997), informou hoje, sexta-feira, no Lubango, o responsável da TAC Tour, Carlos Bumba.
O dispositivo literário adoptado consiste na transcrição de um conjunto de cassetes em que o narrador relata as suas anotações de campanha, tecendo reflexões críticas e ensaísticas sobre as terras, as gentes e os costumes dos kuvale.
Ruy Duarte de Carvalho é, igualmente, autor de Chão de Oferta (1972), A Decisão da Idade (1976), Como se o Mundo não tivesse Leste (1977), Os Papéis do Inglês (2000), Observação Directa (2000), Actas da Maianga, Dizer das guerras em Angola (2003) e Paisagens Propícias (2005).
Quanto a Arnaldo Santos, disse a fonte, o interesse da reedição é o romance intitulado “Boneca de Quilengues”, que conta a história de uma mulher que resiste às mudanças do tempo, lançado em Abril de 1992, com 142 páginas.
Em declarações à ANGOP, Carlos Bumba, realçou que sobre Ruy Duarte de Carvalho, contactou a família do escritor, mas já havia uma editora com os direitos sobre as suas obras, que, por sua vez, deu permissão a TAC Tour para prosseguir com o trabalho.
“Então vamos ter a obra Vou Lá Visitar Pastores de Ruy Duarte de Carvalho, que tem um Museu com o seu nome no Instituto Superior Politécnico Tundavala (ISPT). Foi o maior expoente da antropologia e também escrevia. Foi ele que fez o primeiro documentário sobre Ondjelwua, a Festa do Boi Sagrado, em 1979, e fez estudos sobre a Huíla, Luanda e Namibe" (...).
Sublinhou que no mesmo período, darão continuidade ao processo de roteirização de 10 obras de sete escritores angolanos, como as de Pepetela, “O Planalto e a Estepe”, “Se o Passado Não Tivesse Asas”, “Maiombe” e “As Aventuras de Ngunga”, assim como a de Ruy Duarte de Carvalho, “Vou lá Visitar Pastores”.
Estão, também, na forja as de Luandino Vieira, “A Vida Verdadeira de Domingos Xavier”, de Uanhenga Xitu com “Mestre Tamoda”, Alfredo Troni, com “Nga Muturi”, Arnaldo Santos com “A Boneca de Quilengues” e “Ecos da Minha Terra” de Óscar Ribas.
Destacou que o processo de roteirização teve início com a obra de Pepetela, corresponde ao 1º capítulo que circunscreve as zonas da Mapunda, da Tundavala e do casco urbano do Lubango.
Já a segunda fase retratou o percurso do personagem central do romance, em Portugal, Marrocos e Rússia, a terceira trata de Cuba e Angola (Luanda e Lubango) e foi também roteirizada a obra de Ecos da Minha Terra, de Óscar Ribas.
Detalhou que o processo de roteirização literária na Huíla abarca as obras, “O Planalto e a Estepe”, “ As Aventuras de Ngunga”, “A Boneca de Quilengues” e alguns fragmentos da obra " Vou lá Visitar Pastores”.
Para a concretização desse desiderato, a agência conta com apoio dos turistas fidelizados e familiarizados com a TAC Tour, que pagarão uma percentagem extra, para a concretização da roteirização e da reedição das obras, e em função dessas contribuições, vai definir-se a quantidade de exemplar de livros a serem reeditados.
Contam igualmente com suporte logístico do Instituto de Fomento Turístico de Angola e da Administração Geral Tributária, do apoio do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos da Huíla, bem como da Embaixada de Angola em Portugal.
Segundo o responsável, participam da roteirização destas obras, guias de turismo, turismólogos, técnicos de turismo, litógrafos, filólogos, historiadores, críticos literários, geólogos, linguistas, jornalistas e turistas. BP/MS