Alemães elegem novo chanceler

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  • Luanda     Domingo, 26 Setembro De 2021    08h42  
Angela Merkel, Chanceler Alemanha
Angela Merkel, Chanceler Alemanha
Pedro Parente

Berlim - Pelo menos 60,4 milhões de eleitores alemães vão este domngo, 26, às urnas para escolher os deputados do Bundestag, a câmara baixa do parlamento federal, em eleições legislativas que vão pôr fim à era Merkel.

 

Após 16 anos de estabilidade, a Alemanha vira a página nas legislativas mais incertas de sempre, que fazem prever longos meses de negociações entre partidos para formar um novo Governo.

A saída da chanceler  Angela Merkel, no poder desde 2005, abre a porta a uma nova era política.

É a primeira vez desde 1949 que o chanceler cessante não se recandidata.

Que maioria sucederá à coligação centrista entre conservadores democratas-cristãos CDU/CSU e os social-democratas do SPD? Nunca a incerteza foi tão grande no país até agora habituado ao bipartidarismo.

A sensibilidade crescente para as questões climáticas, tal como a radicalização de uma franja da população em torno da política migratória fizeram emergir mais dois partidos: os ecologistas Os Verdes e a formação de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Resultado: os dois grandes partidos, e em particular a CDU, viram reduzido o seu eleitorado.

A mais recente sondagem, divulgada na sexta-feira, coloca os social-democratas do SPD na liderança das intenções de voto, com 26%, contra 25% para o bloco conservador CDU/CSU, 16% para Os Verdes, 10,5% para os liberais do FDP, 10% para a AfD e 5% para A Esquerda, o mínimo necessário para ter assento parlamentar.

Esta eleição poderá infligir um duro golpe aos conservadores de Angela Merkel, que até agora obtiveram sempre mais de 30% dos votos em legislativas.

O seu candidato, o impopular Armin Laschet, de 60 anos, dirigente da mais populosa das regiões alemãs, a Renânia-do-Norte-Vestefália (oeste), tem tido dificuldade em convencer mesmo dentro do seu próprio campo político.

Viu a sua popularidade cair após as cheias mortais de meados de Julho no oeste do país, quando foi filmado a rir durante um discurso sério do Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e arrisca-se a causar uma derrota histórica, que não só o privará da chancelaria como o afastará do futuro Governo.

Em contraste, os social-democratas vão de vento em popa: depois de sofrerem vários reveses eleitorais nos últimos anos, o SPD conseguiu inverter a tendência desde o início deste ano, com a escolha do seu candidato: Olaf Scholz, de 63 anos, atual vice-chanceler e ministro das Finanças.

Pouco carismático, este membro da ala centrista dos social-democratas efetuou uma campanha sem falhas, chegando mesmo a apresentar-se a si mesmo como o verdadeiro sucessor de Merkel.

Os ecologistas, liderados por Annalena Baerbock, de 40 anos, deverão representar um papel decisivo no futuro Governo, apesar de o seu terceiro lugar nas intenções de voto ser uma deceção para os militantes.

A co-dirigente do partido não escondeu a sua preferência por uma coligação com o SPD, mas o seu partido não exclui trabalhar com os conservadores, como faz já em alguns dos 'Länder' (Estados regionais) alemães.

Todos os partidos descartaram, até agora, associar-se à formação de extrema-direita AfD, mas outra formação, o FDP, ao qual são atribuídos 10,5% das intenções de voto, poderá perfilar-se como aliado num Governo de coligação tripartidária - a hipótese considerada mais provável - com ecologistas e conservadores ou social-democratas.

As opções de coligação poderão ser várias e as negociações, durar meses, durante os quais Angela Merkel e o seu executivo tratarão das questões de gestão corrente.

A chanceler democrata-cristã liderou a Alemanha com habilidade pelas crises que pontuaram os seus quatro mandatos, da do euro à pandemia de covid-19, passando pelo afluxo de refugiados sírios e iraquianos em 2015.

Mas as questões na agenda do próximo Governo são muitas: atraso digital da administração e das empresas, transição ecológica, envelhecimento da população, desigualdade, definição de uma política em relação à China e à Rússia, entre outras.

Em 2017, foram precisos cinco meses para que a Alemanha formasse uma coligação e que o novo executivo tomasse posse para iniciar o seu trabalho.

 



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