Berlim - O Governo alemão rejeitou, esta sexta-feira, o relatório parlamentar polaco que alega que o governo deve ao país vizinho 1,3 biliões de euros pelos danos causados durante a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, citado pelo jornal The Guardian, "a posição do governo federal não mudou", ou seja "na visão do governo, este assunto está encerrado”.
Recorde-se que este relatório foi apresentado, na quinta-feira, pelo líder do partido conservador nacionalista polaco Lei e Justiça (PiS, no poder), Jaroslaw Kaczynski, no contexto do aniversário do início da Segunda Guerra, a 01 de Setembro de 1939.
De acordo com os nacionalistas da Polónia, estas reivindicações fazem sentido porque, em 1953, os então governantes comunistas daquele país renunciaram a todas as reivindicações de reparações de guerra sob pressão da União Soviética, que queria libertar a Alemanha Oriental, também um satélite soviético nessa altura, de qualquer responsabilidade.
Nesta nova realidade, o PiS diz que o acordo é inválido, porque a Polónia não conseguiu negociar uma compensação justa nessa altura.
O relatório foi elaborado por uma equipa de cerca de 30 economistas, historiadores e outros especialistas, que trabalharam para estes resultados, desde 2017.
De acordo com o The Guardian, a Alemanha diz ainda que quaisquer questões pendentes de reparação foram resolvidas com o acordo entre os EUA, Reino Unido, França e União Soviética que selou a reunificação em 1990 – um acordo que, segundo o porta-voz do governo, a Polónia “recebeu sem reservas” na altura e, por isso, não existe qualquer razão para levantar de novo este problema.
Lembra-se que cerca de seis milhões de polacos, incluindo três milhões de judeus, foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial, e Varsóvia foi totalmente arrasada depois de uma revolta de 1944, na qual cerca de 200 mil civis morreram.