Berlim - O número de crimes de motivação política aumentou na Alemanha no ano passado, e protestos contrários a medidas do governo para conter a pandemia de coronavírus insuflaram a extrema-direita, disse o serviço doméstico de inteligência do país, segundo noticiou a Lusa.
Mais da metade dos 44.692 crimes de motivação política registados em 2020 foram cometidos por radicais de extrema-direita, disse a agência no seu relatório anual, publicado hoje.
"Extremistas e terroristas não estão a entrar em lockdown", disse Thomas Haldenwang, chefe da agência de segurança doméstica BfV, numa entrevista colectiva para apresentar o relatório.
A Alemanha está a tentar deter um aumento da ideologia violenta de extrema-direita.
Os crimes violentos de extrema-direita, como um ataque a tiros que matou nove imigrantes na cidade de Hanau em Fevereiro do ano passado, aumentaram 10,6%, mostrou o relatório.
Protestos contra restrições da covid-19 foram influenciados por radicais de direita, segundo o texto. "Extremistas de direita pegaram o debate do coronavírus e abordaram quase exclusivamente as medidas de protecção do governo", acrescentou.
Em Agosto, manifestantes tomaram a escadaria do edifício do Parlamento, alguns deles portando bandeiras da extrema-direita. As imagens correram o mundo e foram repudiadas por políticos alemães destacados.
A filiação a uma rede de grupos de extrema-direita que jura fidelidade ao Reich alemão pré-guerra aumentou no ano passado através de contactos com manifestantes contrários às restrições da covid-19, informou o relatório.