Bogotá - Uma explosão de um carro-bomba no sudoeste da Colômbia, junto à Câmara Municipal de Corinto, provocou sábado 43 feridos, adiantou o governo, que atribui o ataque a dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Segundo avançou o ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, citado pela agência de notícias francesas AFP, foram hospitalizadas 43 pessoas, das quais 17 queixavam-se de tonturas, 20 tinham ferimentos ligeiros e seis ficaram gravemente feridas.
Uma fonte da Câmara Municipal precisou à AFP que 13 das vítimas eram funcionários do município e, entre elas, estavam duas mulheres grávidas.
"Este atentado (...) cego contra a população civil e, neste caso, contra uma instituição pública como a Câmara Municipal, é um ataque terrorista", afirmou o ministro da Defesa, que atribui a autoria do ataque a dissidentes das FARC, um grupo de guerrilha de inspiração marxista.
O presidente daquele país, Iván Duque Márquez, defendeu que "quem está por detrás deste ataque são os bandidos da (dissidência de) Dagoberto (Ramos)", reiterando que estes dissidentes "são criminosos, delinquentes, não são revolucionários".
A operação militar das FARC foi dissolvida em 2017, depois de, em 2016, este grupo ter assinado um tratado de paz com o Governo colombiano que pôs fim a mais de 50 anos de conflito.
No entanto, cerca de 2.500 rebeldes continuam no activo, vivendo, essencialmente, do tráfico de droga e da exploração ilegal de minérios.
O Ministério da Defesa está a oferecer uma recompensa equivalente a 75.000 dólares (cerca de 63 mil euros) a quem tiver informações sobre os autores do ataque.
A missão de verificação do Acordo de Paz das Nações Unidas na Colômbia apelou a um reforço da segurança no departamento de Cauca, onde fica a cidade de Corinto, que tem sido particularmente afectado pela violência.
Apesar da diminuição da violência, depois das tréguas de 2016, o país continua imerso num conflito interno que envolve guerrilhas, milícias paramilitares de extrema-direita e forças armadas, que, desde 1960, já causou mais de nove milhões de vítimas, entre mortos, feridos e desaparecidos.