Atribuição dos Nobel arranca segunda-feira com o prémio de Medicina

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  • Luanda     Domingo, 01 Outubro De 2023    13h06  
Símbolo do Prémio Nobel
Símbolo do Prémio Nobel
Divulgação

Estocolmo - A temporada de 2023 dos prémios Nobel arranca segunda-feira com o anúncio dos laureados na área da Medicina e prolonga-se até 9 de Outubro, quando será conhecido o prémio de Economia.

Ao longo da semana serão conhecidos os vencedores dos galardões de Física (03 Outubro), Química (04 Outubro), Literatura (05) e Paz (06 de Outubro).

O anúncio da distinção na área das Ciências Económicas está agendado para 09 de Outubro.

Todas as categorias serão anunciadas em Estocolmo, Suécia, excepto o Nobel da Paz que, como habitualmente, será atribuído pelo Comité Nobel Norueguês e terá como cenário o Instituto Nobel Norueguês, em Oslo, e pelo segundo ano com a Europa em guerra.

Na Medicina,  as previsões dos especialistas incluem como candidatos favoritos a investigação sobre as células imunitárias capazes de combater o cancro, o estudo da microbiota humana e os trabalhos sobre as causas da narcolepsia.

Algumas curiosidades sobre estes prémios, atribuídos àqueles que trabalharam em "benefício da humanidade", de acordo com a vontade do seu criador, o inventor sueco Alfred Nobel.

Cerimónias a 10 de Dezembro

Os prémios são anunciados no início de Outubro, mas entregues numa cerimónia em Estocolmo para os prémios científicos (Medicina, Física e Química), Economia e Literatura, e em Oslo, para o Prémio Nobel da Paz, no dia 10 de Dezembro, aniversário da morte do seu fundador, o inventor da dinamite Alfred Nobel (1833-1896).

Em Estocolmo, a cerimónia de entrega dos prémios é seguida de um banquete que reúne cerca de 1.300 convidados na Câmara Municipal, na presença do Rei e da Rainha da Suécia.

Em Oslo, cerca de mil convidados assistem à cerimónia na Câmara Municipal de Oslo, seguida de um banquete de menor dimensão no Grand Hotel.

Excluído da cerimónia de entrega dos prémios do ano passado em Estocolmo devido à guerra na Ucrânia, o embaixador da Rússia foi este ano desconvidado por causa da polémica gerada em torno do anúncio do convite pela Fundação Nobel.

No início de Setembro, a Fundação Nobel recuou na decisão de convidar "todos os embaixadores" para a cerimónia de entrega, depois de ter recebido "fortes reacções" ao convite aos diplomatas da Rússia e da Bielorrússia.

"Decidimos repetir a excepção do ano passado à prática habitual, ou seja, não convidaremos os embaixadores de Rússia, Bielorrússia e Irão para a cerimónia de entrega do Prémio Nobel em Estocolmo", anunciou então o organismo.

Nobel da Paz em tempo de guerra

O prémio Nobel da Paz recebeu 351 candidaturas este ano, num contexto em que a guerra na Ucrânia se arrasta, a comunidade internacional está fragmentada e as catástrofes se multiplicam.

Os especialistas avançam como possíveis escolhas das mulheres iranianas que, desde a morte da jovem Mahsa Amini, em Setembro de 2022, depois de ter sido detida por alegadamente violar o rigoroso código de vestuário imposto às mulheres, têm vindo a manifestar a sua revolta.

Os investigadores de crimes de guerra na Ucrânia ou os activistas que lutam contra as alterações climáticas, numa altura em que o verão de 2023 foi o mais quente alguma vez registado no mundo e em que o mau tempo, os incêndios e as inundações assolam todo o planeta.

"Penso que as alterações climáticas são uma excelente escolha para o Prémio Nobel da Paz deste ano", defendeu Dan Smith, director do Instituto Internacional de Investigação da Paz de Estocolmo (Sipri).

O movimento Fridays for Future, inspirado pela jovem sueca Greta Thunberg, o cacique brasileiro Raoni Metuktire, defensor dos direitos dos povos indígenas, o Tribunal Penal Internacional, as iranianas Narges Mohammadi e Masih Alinejad, a jornalista afegã Mahbouba Seraj e o opositor russo Vladimir Kara-Murza são alguns dos nomes a concurso.

Diversidade na Literatura

No prémio Nobel da Literatura, o outro prémio emblemático, os críticos aguardam a confirmação da promessa de maior diversidade feita em 2019, na sequência do escândalo #MeToo que abalou a Academia sueca.

No ano passado, a Academia sueca premiou a francesa Annie Ernaux, autora de uma obra que narrava a emancipação de uma mulher de origens modestas que se tornou um ícone feminista.

Por outro lado, a promessa de diversidade geográfica só foi parcialmente cumprida, uma vez que, para além do romancista britânico de origem tanzaniana Abdulrazak Gurnah, em 2021, é preciso recuar a 2012, com o escritor chinês Mo Yan, para encontrar um vencedor que não seja europeu nem norte-americano.

Premiados ausentes

Desde 1901, seis laureados da paz não puderam estar presentes na cerimónia do prémio Nobel da Paz em Oslo.

Em 1936, o jornalista e pacifista alemão Carl Von Ossietzky foi preso num campo de concentração nazi.

Em 1975, o físico e dissidente soviético Andrei Sakharov teve de ser substituído pela sua mulher Elena Bonner.

Em 1983, o sindicalista polaco Lech Walesa recusou-se a viajar para Oslo por receio de não poder regressar ao seu país.

Em prisão domiciliária, a líder da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi, premiada em 1991, foi autorizada pela junta militar a deslocar-se a Oslo, mas absteve-se pelas mesmas razões.

Em 2010, o dissidente chinês Liu Xiaobo foi preso. A cadeira, sobre a qual foi colocado o prémio, foi simbolicamente deixada vazia.

Já em 2022, o defensor dos direitos humanos bielorrusso Ales Bialiatski foi preso e a sua mulher Natalia Pintchouk representou-o na cerimónia.

Um prémio (quase) só para vivos

Desde 1974, os estatutos da Fundação Nobel estipulam que um prémio não pode ser atribuído a título póstumo, a menos que a morte ocorra depois de o nome do vencedor ter sido anunciado.

Até esta regra ser escrita, apenas dois suecos falecidos tinham sido premiados: o poeta Erik Axel Karlfeldt (literatura em 1931) e o secretário-geral da ONU, Dag Hammarskjöld, presumivelmente assassinado (Prémio da Paz em 1961).

Houve também ocasiões em que um prémio não foi atribuído, em homenagem a um vencedor falecido, como em 1948, após a morte de Gandhi.

Depois de o prémio de Medicina de 2011 ter sido atribuído ao canadiano Ralph Steinman, foi conhecida a sua morte três dias antes. Apesar disso continua a constar na lista dos vencedores.

Mulheres em minoria

Com 60 galardoadas, as mulheres representam apenas 6% do total de prémios desde 1901.

A Literatura é um domínio maioritariamente masculino (14,2% de mulheres), enquanto na Paz as mulheres estão um pouco melhor representadas (16%).

O Prémio Nobel é uma instituição "para homens", disse Annie Ernaux, a vencedora francesa do prestigiado Nobel da Literatura, à agência francesa AFP em 2022.

Desde o início do século, 31 mulheres foram galardoadas com o prémio, quase três vezes mais do que nas duas décadas anteriores.

Em 2009, um recorde de cinco mulheres ganhou um Prémio Nobel, incluindo a primeira mulher a fazê-lo na Economia, a americana Elinor Ostrom.

Foi também uma mulher que se tornou a primeira pessoa a ganhar o prémio Nobel duas vezes: a francesa de origem polaca Marie Curie (física 1903 e química 1911). CNB/GAR



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