Pequim – A estratégia “zero casos” de covid-19 continua a ser economicamente “mais racional” para a China do que coexistir com o coronavírus, asseguraram esta quinta-feira, em Pequim, as autoridades de saúde do país asiático, citadas pela imprensa estatal.
De acordo com o vice-director do Centro Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças, Chang Jile, a política chinesa é a "forma mais científica de travar a covid-19, à medida que a pandemia continua a alastrar-se pelo mundo, criando novos riscos".
O responsável descreveu que a abordagem chinesa consiste em "detectar rapidamente novos surtos e conter a propagação com o menor custo possível".
Isto inclui o isolamento de todos os casos positivos e contactos directos em instalações designadas, o bloqueio de distritos e cidades inteiras e a realização de testes em massa.
A China mantém também as fronteiras praticamente encerradas desde Março de 2020, com as ligações áreas reduzidas a menos de 2%, em comparação com 2019. Quem viaja para o país tem que cumprir pelo menos sete dias de quarentena num hotel designado pelas autoridades.
Chang argumentou que a estratégia chinesa garante a "normalização da produção e a segurança das pessoas em todo o país, e cadeias de fornecimento estáveis".
O responsável pediu "determinação" face à pandemia, que disse ainda se encontrar num "alto nível, com novas variantes e com o conhecimento sobre o vírus ainda em curso".
Chang anunciou também a "optimização das medidas de controlo", com base na "situação actual", e afirmou que as "políticas de contenção vão ser equilibradas com o desenvolvimento social e económico".
Nos últimos meses, a China sofreu surtos atribuídos à Ómicron, uma variante considerada altamente contagiosa, que causaram números recorde de casos no país.
Os surtos levaram ao bloqueio de dois meses de Xangai, a "capital" financeira do país, e de importantes cidades industriais como Changchun e Guangzhou, com forte impacto nos sectores dos serviços, manufactureiro e logístico.
As autoridades decretaram recentemente o confinamento total de Chengdu, cidade com mais de 20 milhões de habitantes, e o bloqueio parcial de Guiyang e Shenzhen.
Segundo as contas oficiais, 5.226 morreram no país devido ao novo coronavírus, desde que os primeiros casos foram detectados na cidade de Wuhan, centro da China, no final de 2019.