China infla superávit comercial com EUA

     Mundo           
  • Luanda     Quinta, 14 Janeiro De 2021    15h12  
Xi Jinping, Presidente da China
Xi Jinping, Presidente da China
Francisco Miúdo

Pequim - O superávit da China com os Estados Unidos aumentou ainda mais no ano passado, infligindo um golpe final a Donald Trump, que fez do reequilíbrio comercial uma prioridade da sua Presidência.

Garantindo que as guerras comerciais eram fáceis de vencer, o presidente dos Estados Unidos adoptou uma postura hostil contra o gigante asiático em 2018, denunciando a competição "injusta" de Pequim.

O impasse resultou em tarifas recíprocas sobre centenas de biliões de dólares em bens. O confronto comercial pesou na economia global e mergulhou o mundo dos negócios num clima de incerteza.

Pequim e Washington assinaram, porém, uma trégua em Janeiro de 2020, pouco antes de o mundo ser afectado pela pandemia de covid-19.

De acordo com os termos do acordo, a China concordou em comprar 200 biliões de dólares adicionais em bens americanos ao longo de dois anos, o que supostamente ajudaria a reduzir o défice americano.

Em 2020, no entanto, a China voltou a registar um superávit comercial de 7,1%, a 316,9 biliões de dólares, com os Estados Unidos, anunciou hoje a Alfândega chinesa, a menos de uma semana da saída do bilionário republicano da Casa Branca.

No ano passado, face à pandemia, a procura de produtos médicos e electrónicos para teletrabalho impulsionou amplamente as exportações chinesas para os EUA.

Na outra direcção, "as restrições sanitárias nos Estados Unidos foram um impedimento ao comércio com a China", avalia a economista Iris Pang, do banco ING.

Apesar de tudo, Pequim fez "esforços contínuos para cumprir os seus compromissos" com Washington, segundo o analista Ting Lu, do banco de investimentos Nomura, observando em Dezembro um aumento de 45% em um ano nas importações chinesas dos Estados Unidos.

Os economistas acreditam que o futuro Governo de Joe Biden deixará em vigor, pelo menos inicialmente, as sobretaxas sobre os produtos chineses.

Em entrevista publicada na segunda-feira, o negociador americano (USTR) Robert Lighthizer instou o próximo Governo a manter essas sanções e justificar a guerra comercial.

"Transformamos a maneira como as pessoas pensam sobre o comércio e mudamos os modelos", disse.

Com o mundo como um todo, o superávit comercial da China atingiu o seu nível mais alto desde 2015, de 535 biliões de dólares (+27% em um ano).

Apenas com a União Europeia, segundo parceiro comercial de Pequim depois do Sudeste Asiático, caiu 19%, para USD 132,4 biliões.

A chegada das vacinas significa que a demanda global por produtos ligados à pandemia vai reduzir e isso "corre o risco de penalizar" as exportações chinesas no médio prazo, alerta o analista Tommy Wu, da Oxford Economics.

Enquanto isso, as vendas chinesas de produtos anti-covid no exterior seguem em boa forma. O país exportou 224 biliões de máscaras para o mundo entre Março e Dezembro.

"Isso é o equivalente a 40 máscaras por pessoa fora da China", disse o porta-voz da Alfândega chinesa, Li Kuiwen.

Primeiro país afectado pela covid-19, mas também o primeiro a livrar-se dela, a China parece ser um termómetro da esperada recuperação da economia mundial.

Apesar da pandemia e da situação econômica, as exportações da segunda maior economia do mundo registaram em 2020 um aumento de 3,6% em um ano.

Somente em Dezembro, o total de pedidos do exterior para a China aumentou 18,1% no ano. No entanto, este é um resultado inferior ao de Novembro (21,1%).

Já as importações do gigante asiático aumentaram 6,5% no mês passado. Mas caíram 1,1% em todo ano de 2020, reflectindo a fragilidade do consumo doméstico.

As importações devem, no entanto, "aumentar significativamente" este ano, à medida que a recuperação económica da China melhora, acredita Wu.

Por enquanto, o país registou um superávit de 78 biliões de dólares somente no mês de Dezembro, um patamar praticamente recorde na opinião de analistas.

Espera-se que seja uma das poucas economias importantes a reportar um crescimento positivo do PIB em 2020. A China registou um crescimento anual de 4,9% no terceiro trimestre.





Fotos em destaque

Três pessoas morrem carbonizadas na EN-100

Três pessoas morrem carbonizadas na EN-100

Domingo, 24 Março De 2024   17h22

Circulação rodoviária entre Cuanza-Sul e Benguela condicionada

Circulação rodoviária entre Cuanza-Sul e Benguela condicionada

Domingo, 24 Março De 2024   17h17

Mulheres pedem políticas mais equilibradas nas empresas mineiras

Mulheres pedem políticas mais equilibradas nas empresas mineiras

Domingo, 24 Março De 2024   17h12

Durante visita a China, Presidente João Lourenço convida Xi Jinping a visitar Angola

Durante visita a China, Presidente João Lourenço convida Xi Jinping a visitar Angola

Domingo, 24 Março De 2024   17h04

Angola revalida título em andebol nos Jogos Africanos

Angola revalida título em andebol nos Jogos Africanos

Domingo, 24 Março De 2024   16h52

Mais de três mil famílias na massificação da produção de trigo no Bié

Mais de três mil famílias na massificação da produção de trigo no Bié

Quinta, 14 Março De 2024   22h43

Administração da Ganda (Benguela) entrega gado aos criadores afectados por descarga eléctrica

Administração da Ganda (Benguela) entrega gado aos criadores afectados por descarga eléctrica

Quinta, 14 Março De 2024   22h35

INAC denuncia exploração de crianças em pedreiras do Lubango

INAC denuncia exploração de crianças em pedreiras do Lubango

Quinta, 14 Março De 2024   21h55

Novas vias desafogam tráfego no Zango (Luanda)

Novas vias desafogam tráfego no Zango (Luanda)

Quinta, 14 Março De 2024   21h48

Aumento de crimes provoca superlotação na cadeia de Cacanda na Lunda-Norte

Aumento de crimes provoca superlotação na cadeia de Cacanda na Lunda-Norte

Quinta, 14 Março De 2024   21h43


+