Bejing - A China vai reforçar a cooperação militar com a Bielorrússia afirmou hoje o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, durante uma visita ao país aliado da Rússia.
"O objectivo da minha visita à Bielorrússia é precisamente a implementação de acordos importantes a nível de chefes de Estado e o reforço da cooperação militar bilateral", disse Li, citado pela agência norte-americana AP.
Li foi recebido pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que manifestou o apoio à política da República Popular da China.
"Durante mais de 30 anos, sempre apoiámos a China em todas as suas aspirações", disse Lukashenko, de acordo com o relato da agência oficial bielorrussa Belta.
Lukashenko considerou "absolutamente justa" a política interna e externa da China, "visando a resolução pacífica de quaisquer disputas e conflitos".
As forças bielorrussas não participam directamente na guerra da Ucrânia e Lukashenko afirmou que a assistência militar da China não será dirigida contra países terceiros.
"Precisamos de proteger os nossos Estados e os nossos povos", disse.
"Somos defensores absolutos de um mundo multipolar, da integridade territorial e da unidade das fronteiras estabelecidas após a Segunda Guerra Mundial. Mantemo-nos empenhados em não interferir nos assuntos internos dos Estados", acrescentou.
Nenhuma das partes deu pormenores sobre a cooperação, mas Minsk e Pequim concordaram em realizar exercícios militares conjuntos em 2024.
O analista bielorrusso Valery Karbalevich afirmou que a visita do ministro da Defesa chinês é "um sinal importante não só para a UE e os Estados Unidos, mas também para a Ucrânia".
"Com esta visita, a China marca o âmbito dos seus interesses militares e mostra que está interessada em estabelecer laços com Minsk e Moscovo, incluindo a cooperação militar, apesar da insatisfação dos países ocidentais", disse à AP.
"Isto é também um sinal para a Ucrânia de que o prolongamento da guerra pode forçar a China a tomar um partido", acrescentou.AM/DSC