Como os Estados Unidos intensificam a guerra de informação no conflito russo/ucraniano - (Xinhua)

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  • Luanda     Quinta, 31 Março De 2022    12h33  
Arte das fotos dos Presidentes da Russia, Vladimir Putin e dos EUA, Joe Biden
Arte das fotos dos Presidentes da Russia, Vladimir Putin e dos EUA, Joe Biden
Arte de Osvaldo Pedro

Beijing - Sem dúvidas, as redes sociais estão a ser inundadas com conteúdos sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

No entanto, além dos vídeos e as imagens impressionantes, uma guerra de informação em grande escala está em curso na frente numérica, com apenas “ um principal iniciador”: os Estados Unidos.

Sob a hegemonia da história ocidental, Washington não está claramente interessado em difundir factos ou verdade. Eis as tácticas correntes empreguem pelos Estados Unidos para enganar a opinião pública mundial sobre a crise ucraniana.

Primeiro, suscitar a agitação e encorajar a hostilidade.

No fim de 2021, enquanto as tensões na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia se intensificavam, os Estados Unidos preferiram acirrar as chamas da discórdia.

Da Casa Branca aos paparazzi da imprensa tablóide americana, dos supostos relatórios dos serviços secretos e dos boatos picantes continuaram a ser relatados, propagando as “nuvens da guerra”.

Propagavam os dizeres de uma fonte anónima segundo a qual, por trás do conflito, escondia-se uma intenção de mudança do regime e informações escolhidas acusando a Rússia de "fabricar um pretexto para uma invasão". No inicio de Janeiro, os responsáveis departamento do Estado lançaram um apelo aos civis americanos a abandonarem Kiev.

Mais, a publicação de uma ofensiva militar, calendários e outros detalhes atingiu o grande público, tudo, instigado pelos Estados Unidos para ampliar as conspirações aos conflitos.

O sofrimento na Ucrânia “podia ter sido facilmente evitado se a administração Biden e a OTAN reconhecessem as preocupações legítimas da Rússia em termos de segurança no que tange a adesão da Ucrânia na OTAN", twitou Tulsi Gabbard, antigo membro do Congresso americano.

Ao contrário, os Estados Unidos tomaram medidas que exacerbaram as tensões, nomeadamente a falta de seriedade no tratamento dos projectos de garantia de segurança propostos pela Rússia, mostrando ao mesmo tempo uma atitude de frieza aos pedidos de Moscovo, o que aumento as tensões.

Segundo, apoiar-se em “duplos padrões”

Mais uma vez, na crise ucraniana foi evidente a politica de “dois pesos, duas medidas”.

Enquanto os Estados Unidos preocupam-se em reclamar sançoes contra a Rússia por "violações do direito internacional”, os mesmos continuam silenciosos quando lhes são interrogados sobre os seus próprios crimes, nomeadamente a promoção da doutrina Monroe na América latina, o bombardeamento da Jugoslávia sem fundamento jurídico e as suas invasões do Afeganistão, do Iraque e da Síria. Aonde estão os arrependimentos e a responsabilidade dos Estados - Unidos?

Os Estados - Unidos gabaram os seus príncipes neoliberais, como a anulação das fronteiras nacionais na cultura e no e no desporto e a inviolabilidade da propriedade privada.

Mas desde o inicio do conflito russo - ucraniano, os bens russos foram congelados no estrangeiro, enquanto os artistas e os atletas foram excluídos e perseguidos. Os gatos, as arvores e o ballet do Lago dos cygnes russo não escapou às sanções.

Ao mesmo tempo que se dizem preocupados com a sorte dos civis ucranianos, os Estados – Unidos fizeram “ouvidos moucos” perante o sofrimento das populações do Médio-Oriente e de África. Durante duas décadas, maltrataram o Afeganistão e, apesar da retirada das suas tropas no ano passado, o agressor continua a privar o povo afegão de milhares de dólares destinados a salvar vidas.

Terceiro, deixar vazar rumores.

Na era das redes sociais, a informação pode voar mais rápido do que uma bala, enquanto a potencia de uma historia pode ultrapassar a de um carro de assalto. É o que a máquina da propaganda americana assumiu e meteu em prática.

Quando “cenas de partir o coração” juntam-se a uma narração em pessoa, assim como palavras emocionais para atingir a sensibilidade do publico, nasce uma narrativa cativante. Mas que tal da realidade

A média americana qualificaram um vídeo viral mostrando um pai ucraniano em lágrimas dizendo adeus à sua filha e da "horrível percepção da maneira como o conflito na Europa do Leste separa as famílias ". Mais, depois, o vídeo foi verificado como tendo sido gravado antes do conflito. Com efeito, o pai preferiu ficar em Donetsk para defender a região contra o Exercito ucraniano.

Uma outra sequência vídeo muito partilhada tem a ver com um misterioso piloto de caça ucraniano, alcunhado “o fantasma de Kiev", a abater um avião russo. Entretanto, aquele vídeo era também falso, produzido por um jogo de simulação de combate aéreo.

A 05 de Fevereiro de 2003, aquando de uma reunião do Conselho de segurança da ONU consagrada ao Iraque, Colin Powell, então secretário de Estado americano, apresentou uma ampola com pó branco, afirmando que tratava-se de uma prova de que o Iraque estava a desenvolver armas químicas.

No inicio de 2021, com o apoio financeiro dos Estados Unidos, os capacetes brancos, também conhecidos pelo nome de Defesa civil sírio, adulteraram vídeos de ataques aéreos levados a cabo sob falsa bandeira e ataques químicos contra civis, responsabilizando o governo sírio.

Para alguns responsáveis políticos e média americanos, a verdade não significada nada enquanto conseguirem enganar a opinião publica.

Quarto, censurar, suspender e banir.

Em Janeiro de 2021, os gigantes americanos da tecnologia, dos quais o Twitter, Facebook e Snapchat, suspenderam as contas do antigo Presidente Donald Trump, invocando uma possível incitação à violência. Dois anos depois, é a Rússia que é visada.

A União europeia proibiu dos grandes órgãos de informação russos - Sputnik e RT – em toda a Europa. Meta ocupou o acesso dos utilizadores russos no Facebook e Instagram, mas autorizou temporariamente os utilizadores de alguns países a publicarem violentos conteúdos anti - russos.

Em fim, Youtube, Netflix e Google bloquearam os canais russos.

Qualquer voz favorável à Rússia é rapidamente silenciada. Vários habitantes do Leste da Ucrânia, justamente depois de publicaram conteúdos ligados à Rússia, viram as suas contas encerradas nas redes sociais.

A realizadora e jornalista francesas Anne-Laure Bonnel declararam ao canal CNews que os bombardeamentos do Exercito ucraniano mataram civis em Donbass. O seu documentário "Donbass" foi depois retirado do Youtube, enquanto o jornal “Le Figaro” suprimiu o seu artigo relativo a vida dos habitantes de Donbass.

De forma os Estados Unidos ignoraram de maneira selectiva as diferentes vozes de outros países.

Durante décadas, manifestações anti-americanas e anti-OTAN tiveram lugar na Bulgária, na Turquia e noutros países. Adeptos de futebol sérvios exibiram bandeirolas gigantes num estádio para criticar as intervenções militares dos Estados - Unidos e da OTAN. Nunca essas histórias serão publicadas na imprensa americana.

Quinto, faça entrar a política espectáculo

A maioria dos países está reticente em tomar parte do conflito, preferindo uma solução diplomática.

Mas, os Estados - Unidos tentam obter apoios para denunciar a Rússia. Primeiro, adubaram os Estados membros da OTAN e do G7 para acusarem Moscovo de ser o responsável pelo conflito e mobilizaram as nações europeias para fazerem uma "política espectáculo".

A 02 de Março, durante a sessão de urgência da Assembleia-geral da ONU, as delegações apresentaram bandeiras ucranianas, slogans e brinquedos macios.

Quando o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, discursou no Conselho dos direitos humanos da ONU, dezenas de diplomatas abandonaram a sala.

Este, um local solene que deveria permitir aos países de trocar ideias sobre os grandes problemas mundiais, tornou-se num espaço político que permite os Estados – Unidos provocar confronta.

 



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