Pyong Yang – A nova aliança dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico e a recente compra pela Austrália de submarinos norte-americanos pode desencadear uma “corrida às armas nucleares” na região, avisou esta segunda-feira 20, a Coreia do Norte
"É um movimento extremamente indesejável e perigoso que irá perturbar o equilíbrio estratégico na região da Ásia-Pacífico e desencadear uma corrida às armas nucleares", avisaram as autoridades daquele país.
A nova aliança dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico e a recente compra de submarinos norte-americanos por parte da Austrália pode desencadear uma “corrida às armas nucleares” na região, avisou esta segunda-feira a Coreia do Norte.
Os EUA, a Austrália e o Reino Unido anunciaram uma parceria estratégica para combater a China (AUKUS), na quarta-feira, 15, incluindo o fornecimento de submarinos norte-americanos movidos a energia nuclear a Camberra, depois de a decisão da Austrália cancelar um contrato para a compra de submarinos franceses a favor de navios norte-americanos que provocou a indignação em Paris.
O pacto AUKUS tem como objectivo reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a inteligência artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.
O chefe do Governo australiano declarou, em várias entrevistas, que o seu Governo estava a responder à situação actual na região da Ásia-Pacífico, onde os territórios são cada vez mais disputados e onde a rivalidade se intensifica.
“É um movimento extremamente indesejável e perigoso que irá perturbar o equilíbrio estratégico na região da Ásia-Pacífico e desencadear uma corrida às armas nucleares”, disse a agência noticiosa estatal da Coreia do Norte KCNA, citando um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.
“Isto mostra que os Estados Unidos são o principal culpado que põe em perigo o sistema internacional de não-proliferação nuclear”, acrescentou.
Na quarta-feira, o lançamento ao mar de dois mísseis balísticos norte-coreanos foi seguido, em poucas horas, pelo lançamento de um míssil balístico de um submarino pela Coreia do Sul, que se tornou no sétimo país do mundo a dispor desta tecnologia avançada.
Washington, aliado de Seul, “condenou” imediatamente os lançamentos de Pyongyang, que foram efectuados “em violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU” e que representam “uma ameaça para os vizinhos”.
A Coreia do Norte está sujeita a múltiplas sanções internacionais devido aos seus programas nucleares e de mísseis balísticos.
As conversações nucleares com Washington foram suspensas desde a fracassada cimeira de Hanói, em Fevereiro de 2019, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o então Presidente dos EUA Donald Trump.
O secretário-geral da ONU afirmou domingo, 19, que um confronto entre os Estados Unidos e a China é "perigoso para o mundo" e que, apesar das diferenças, há áreas onde podem ser alcançados acordos que levem a cooperação.