Beijing - Uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês pediu, esta quinta-feira, à Organização Mundial de Saúde (OMS) que mantenha uma "posição justa", na sequência de várias críticas relativas aos dados disponibilizados sobre a Covid-19 pelo país.
"Esperamos que a OMS mantenha uma posição justa, científica e objectiva, e que faça esforços para ter um papel positivo na resposta global aos desafios da pandemia", afirmou Mao Ning em conferência de imprensa.
O apelo surge na sequência das críticas feitas pelo director-executivo do Plano de Emergência de Saúde da organização, que disse que as estatísticas do país asiático "sub-representam o impacto real da doença" nas hospitalizações e mortes.
A porta-voz do governo insistiu ainda que a China "manteve sempre uma cooperação próxima com a OMS" e que "partilhou sempre informação e dados com a comunidade internacional, a partir de uma atitude transparente e aberta".
"De acordo com uma contagem incompleta, houve mais de 60 trocas técnicas entre os dois lados desde que a Covid-19 foi noticiado pela primeira vez, sobre tópicos incluindo a prevenção e controlo da doença, tratamento, pesquisa e desenvolvimento de vacinas e rastreio da origem do vírus", garantiu Mao Ning.
O país suspendeu sem aviso prévio no início de Dezembro a maioria das suas medidas contra a Covid-19, que permitiam que a sua população ficasse amplamente protegida do vírus desde 2020.
Desde então, enfrentou o pior surto de casos, com hospitais e crematórios parecem sobrecarregados.
No entanto, as autoridades relatam muito poucas mortes relacionadas com a doença, após uma polémica mudança na metodologia de contabilização dos casos.