Ancara - A Assembleia Parlamentar da Cooperação Económica do Mar Negro (PABSEC), que decorreu quinta-feira, em Ancara, na Turquia, ficou marcada por desacatos entre diplomatas ucranianos e russos.
Tudo começou quando o ucraniano Oleksandr Marikovsky segurava uma bandeira do seu país e era fotografado.
Nesse momento, um delegado da comitiva russa aproxima-se e retira-lhe de forma brusca a bandeira das mãos.
O que se seguiu foi uma troca de empurrões e murros que acabaram por ser serenados pela segurança do evento.
"Tirem as mãos da nossa bandeira, tirem as patas da Ucrânia, escumalha russa", escreveu Oleksandr Marikovsky na sua página de Facebook, numa publicação onde partilha o vídeo do momento (e que pode ver na galeria acima).
O incidente ocorreu depois de membros do Parlamento ucraniano terem tentado perturbar um discurso de delegados russos durante a conferência diplomática.
Acontece também depois de a Rússia ter acusado a Ucrânia de ter atacado o Kremlin (presidência) com recurso a drones, apesar de não ter fornecido nenhuma evidência para apoiar a acusação, e de dizer que os Estados Unidos também estão envolvidos no incidente.
Entretanto, os ataques entre os dois países vizinhos continuam, assim a Rússia disparou mais de 20 mísseis de cruzeiro e dois “drones” contra a Ucrânia na madrugada no dia 28 de Abril, matando pelo menos 13 pessoas, quando dias depois, dois “drones” ucranianos foi interceptados quase no Kremlin.
Outro discurso ainda diz que a Rússia responderá de acordo com a avaliação da ameaça que Ucrânia criou para a liderança do nosso país, disse o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros num comunicado.
A Rússia denunciou um ataque com 'drones' (aeronaves não tripuladas) contra a sede da presidência russa (Kremlin), em Moscovo, na terça-feira à noite, que atribuiu às forças ucranianas.
A Ucrânia negou qualquer responsabilidade.
Moscovo disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, não estava no Kremlin no momento do alegado ataque.
A diplomacia russa referiu que nesse desfile "estarão presentes os veteranos da Grande Guerra Patriótica que derramaram sangue na luta contra o nazismo e o fascismo, incluindo no território da Ucrânia".
Entretanto, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, encontrava-se quinta-feira, em Haia, Países Baixos, onde vai reuniu-se com representantes do Tribunal Penal Internacional (TPI), disseram fontes oficiais à Agência France Press (AFP).
O TPI investiga crimes de guerra alegadamente cometidos pelo Exército da Rússia na Ucrânia tendo emitido um mandado de captura contra o chefe de Estado russo, Vladimir Putin.
A visita a Haia ocorre um dia depois de o chefe de Estado da Ucrânia ter negado envolvimento das forças de Kiev no alegado ataque contra o Kremlin, em Moscovo, com aparelhos aéreos não tripulados (drones).
Para Moscovo tratou-se de uma tentativa de assassinato de Vladimir Putin.
Na quarta-feira, na Finlândia, Zelensky respondeu às acusações russas afirmando que a Ucrânia não "quer atacar Putin".
"Queremos deixar isso para o tribunal", afirmou o presidente da Ucrânia.
No dia 18 de Março, um comunicado do TPI indicava que Vladimir Putin "é alegadamente responsável pela deportação (de crianças) e da transferência ilegal (de crianças) das áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação da Rússia".
A possibilidade de fazer sentar Putin no banco dos réus é muito remota visto que a instância judicial das Nações Unidas, com sede na Holanda, não dispõem de uma força policial para executar mandados de detenção na Rússia, assim como é improvável que o chefe de Estado russo venha a deslocar-se a um dos 123 países que ratificaram o TPI.
Por outro lado, o Procurador Karim Khan, tem realizado várias deslocações à Ucrânia com vista à instalação de uma delegação do TPI em Kiev para que as investigações sejam mais efectivas. GAR