Directora-geral da OMC alerta que mundo está numa situação "mais difícil"

     Mundo           
  • Luanda     Segunda, 26 Fevereiro De 2024    12h11  
Timor Leste trabalha para se conformar às normas da OMC
Timor Leste trabalha para se conformar às normas da OMC
Arquivo

Abu Dhabi – A directora da OMC alertou hoje na abertura da 13ª conferência ministerial da organização, em Abu Dhabi, que o mundo está numa situação “mais difícil” e apelou à reforma e à revitalização da organização internacional.

“Se pensávamos que o mundo parecia estranho em meados de Maio de 2022, quando emergíamos lentamente da pandemia e quando a guerra na Ucrânia tinha abalado a segurança alimentar e energética, hoje encontramo-nos numa situação ainda mais difícil”, disse Ngozi Okonjo-Iweala, durante o seu discurso na sessão de abertura da cimeira Organização Mundial do Comércio, que decorre até 29 de Fevereiro, nos Emirados Árabes Unidos.

Nesta reunião, a directora deu ainda as boas-vindas a Timor-Leste e às Comores como novos membros da organização, os primeiros em oito anos. Com estas novas adições, a organização totaliza 166 Estados-membros.

“Olhando à nossa volta, a incerteza e a instabilidade estão em toda a parte. As tensões políticas pioraram. Os conflitos espalharam-se, como vemos aqui no Médio Oriente e, longe das manchetes, em partes de África e do mundo árabe. Não devemos esquecer o conflito em Sudão, que deslocou cerca de oito milhões de pessoas internamente e através das fronteiras”, afirmou a responsável da OMC.

Pretende partilhar este texto? Utilize as ferramentas de partilha que encontra na página de artigo. Todos os conteúdos da VISÃO são protegidos por Direitos de Autor ao abrigo da legislação portuguesa. Apoie o jornalismo de qualidade, não partilhe violando Direitos de Autor.

A responsável afirmou que o aumento dos preços dos alimentos, da energia, dos fertilizantes e de outros produtos essenciais continua a “sobrecarregar o poder de compra da população”, bem como as “perturbações no transporte marítimo em vias navegáveis vitais, como o Mar Vermelho e o Canal do Panamá.

Esta “nova fonte de atrasos e pressões inflacionárias” oferece um “lembrete em tempo real dos riscos que os problemas de segurança e a crise climática representam para o comércio e a produção globais”, observou.

O konjo-Iweala sublinhou ainda que a OMC precisa de permanecer “forte”, acrescentando que a organização deve “continuar a reformar e revitalizar a OMC para que possa produzir resultados para o comércio nos próximos anos, aproveitando todo o potencial dos serviços e do comércio digital”, acelerando o comércio para a transição ecológica e promovendo a inclusão socioeconómica.

A directora-geral da OMC também quis destacar o clima positivo que vê na capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU) após as sessões anteriores em Genebra, sede da OMC.

“O sucesso está a mudar o tom da OMC, tanto dentro como fora desta. Sim, teremos sempre detractores, mas não há dúvida de que os membros demonstraram que podemos alcançar o que nos propusemos quando subimos as mangas ou reunimos a vontade política necessária (…). Os ministros terão de ‘arregaçar as mangas’ mais uma vez para concluir os trabalhos pendentes em Genebra”, afirmou.

Durante o seu discurso, insistiu que esta melhoria do ambiente deve ser convertida em “resultados concretos” para demonstrar ao mundo que a OMC “não só apoia mais de três quartos do comércio mundial de mercadorias, mas é também um fórum no qual os membros trazem novos benefícios para as pessoas através do comércio”.

Por isso, Okonjo-Iweala afirmou que “sem cooperação” no comércio, avançaremos para uma economia mundial “cada vez mais fragmentada”, tornando estas prioridades “mais difíceis e mais dispendiosas e, em alguns casos, impossíveis de alcançar”.

A cimeira comercial surge num clima de pessimismo, uma vez que muitos acreditam que a situação actual, com grandes conflitos bélicos, tensões crescentes entre os Estados Unidos, a Rússia e a China, ou incertezas económicas no Ocidente não criam o melhor ambiente para se chegar a acordos.

O principal ponto da agenda é continuar a negociar o desbloqueio do mecanismo de resolução de litígios da própria OMC, paralisado desde 2019 devido à recusa dos Estados Unidos em nomear novos juízes, e aos pedidos deste e de outros países para a realização de uma grande reforma estrutural do sistema de contenciosos. JM



Tags



Fotos em destaque

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

Sábado, 20 Abril De 2024   12h56

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Sábado, 20 Abril De 2024   12h48

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Sábado, 20 Abril De 2024   12h44

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Sábado, 20 Abril De 2024   12h41

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Sábado, 20 Abril De 2024   12h23

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Sábado, 20 Abril De 2024   12h19

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Sábado, 20 Abril De 2024   12h16

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Sábado, 20 Abril De 2024   12h10

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Sábado, 20 Abril De 2024   12h05

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Sábado, 20 Abril De 2024   11h58


+