Washington - A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, vai advertir hoje num discurso do qual foram divulgados excertos, de que Washington não vai "hesitar juntamente" com os seus aliados, em reforçar as sanções ao Irão após o ataque a Israel.
"O Departamento do Tesouro não hesitará em trabalhar com os nossos aliados para usar o nosso poder de sanções para continuar a perturbar as actividades malignas e destabilizadoras do regime iraniano", e avisou a responsável da Economia das Finanças do Governo do Presidente Joe Biden.
Ao falar na abertura de uma conferência de imprensa do dia em que se iniciam as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Janet Yellen sublinhou que "as acções do Irão ameaçam a estabilidade da região e podem ter repercussões económicas".
No sábado à noite, Teerão realizou um ataque directo ao território israelita, em resposta a uma ofensiva mortal contra o seu consulado em Damasco, Síria, atribuído a Israel.
Desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca, em Janeiro de 2021, os Estados Unidos da América (EUA) visaram "mais de 500 pessoas e entidades ligadas ao terrorismo e ao financiamento do terrorismo pelo regime iraniano" e os vários movimentos a ele ligados na região, indicou a responsável.
Os seus alvos foram, em particular, "os programas de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) e de mísseis do Irão e o seu financiamento do movimento islamita palestiniano Hamas, dos rebeldes iemenitas Huthis, do grupo xiita libanês Hezbollah e de milícias iraquianas", precisará.
Yellen vai insistir que as sanções impostas ao Hamas não devem impedir a ajuda humanitária de chegar aos habitantes da Faixa de Gaza afectados pela guerra que Israel ali trava há mais de seis meses, em retaliação contra um ataque do movimento islamita palestiniano ao seu território, a 07 de Outubro de 2023, assegurando que o Tesouro procedeu de forma a "garantir que as sanções não criam entraves à ajuda vital".
"Em Gaza, toda a população mais de dois milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda, e a maior parte da população está deslocada. Cabe a todos nós, aqui presentes nestas reuniões, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para pôr fim a esse sofrimento", sustentou a secretária do Tesouro norte-americana, no seu discurso.
Além disso, tal como anunciado na segunda-feira por um responsável do Departamento do Tesouro, Washington tenciona aproveitar as reuniões da primavera do FMI e do Banco Mundial para fazer avançar o plano de utilização dos bens congelados da Rússia para armar e reconstruir a Ucrânia, a braços com uma invasão militar russa desde Fevereiro de 2022.
"Continuamos a trabalhar com os nossos parceiros internacionais para desbloquear o valor económico dos bens soberanos russos congelados e garantir que a Rússia paga pelos danos que causou", dirá Janet Yellen.
As reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial começaram hoje em Washington e vão durar uma semana. MOY/AM